Espanha registou o primeiro caso da varíola dos macacos numa criança com apenas 3 anos, juntando-se assim a Reino Unido, França e Países Baixos. Ainda existem muitas questões sobre como se transmite a doença e dúvidas sobre a existência de grupos de risco. Apesar de a maior incidência de casos estar registada nos homens, Espanha tem 8 casos identificados em mulheres, e mais recentemente, uma criança.

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“Esta [monkeypox] não é uma doença de homossexuais, pode infetar todo o tipo de pessoas. O contágio acontece mais facilmente através do contacto sexual, mas não é uma doença de transmissão sexual”, explicou Raúl Rivas, professor de Microbiologia da Universidade de Salamanca, ao jornal  El Español. Segundo a mesma fonte, há casos identificados com idades entre os 3 e os 67 anos e a média está nos 37 anos.

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Mas haverá motivos para alarme agora que os casos estão a aparecer em crianças? Quique Bassat, epidemiologista no Instituto de Saúde Global de Barcelona, esclarece que, tal como nos casos em mulheres, as crianças devem permanecer um grupo minoritário de infeção. Mas alerta: “Desde que a gravidade dos casos não mude, estamos perante uma situação expectável. Se a transmissão neste grupo se agravar, também muda o ‘sentido de jogo'”.

Alguns cientistas chegaram a defender que a transmissão podia acontecer através do ar, mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos já veio negar esta teoria.

Os estudos que sugerem esta via de transmissão realizaram-se em animais e em situações muito forçadas e controladas. A transmissão oficial continua a acontecer por contacto estreito. Este conceito é muito amplo, o contágio ocorre pelo contacto com o líquido das lesões e pode ser através de objetos, roupas, roupa de cama ou até mesmo um aperto de mão se algum tiver feridas”, explica o professor catedrático

Em África existem duas variantes da monkeypox: a da África ocidental — com uma taxa de mortalidade de 1% — e a da África central — com uma taxa de 10%. É a primeira das variantes que é responsável pelos casos europeus e por essa razão os médicos e epidemeologistas acreditam não existir razão para alarme.

Os especialistas acreditam que as próximas semanas vão ser momentos de menor transmissão, principalmente com a chegada de vacinas aos países com o maior número de casos à semelhança do que irá acontecer com Portugal.

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