Foi de férias mais tarde devido aos compromissos da Seleção Nacional, ironizou com uma possível venda durante o período de descanso quando estava fora do país, aproveitou os últimos dias antes de regressar ao trabalho para manter a forma no campo do Sacavenense onde jogou vários anos antes de sair há quase uma década para a Academia Sporting, em Alcochete. Em condições normais, João Palhinha deveria integrar os trabalhos do plantel comandado por Rúben Amorim na próxima semana; ao invés, o médio rumou este sábado a Londres para acertar os últimos detalhes rumo ao sonho de poder jogar na Premier League.

À terceira foi mesmo de vez: depois de ter sido cobiçado por alguns clubes ingleses no verão de 2020, tendo ficado e assumido um papel de destaque nas opções de Rúben Amorim para a conquista do Campeonato, e após as sondagens no mês de janeiro para uma possível saída antecipada de Alvalade, Palhinha saiu mesmo para a Premier League mas não para o clube ao qual estava inicialmente apontado – e que fez a primeira abordagem este verão pelo médio. No entanto, o Fulham de Marco Silva conseguiu antecipar-se ao Wolverhampton de Bruno Lage, chegando a um acordo com o Sporting após várias propostas em cima da mesa que só foram aceites quando os londrinos conseguiram chegar à barreira mínima pretendida.

Assim, e ainda antes da confirmação oficial do negócio, a fasquia já estava colocada nos 20 milhões de euros fixos mais dois de variáveis, ficando ainda os leões com 10% de uma futura transferência. Em relação ao Fulham com o jogador, o acordo já estava antes fechado, com o médio a ficar com um salário que duplica os valores que tinha atualmente em Alvalade (de 1,2 para 2,5 milhões limpos por temporada).

“É um sentimento de orgulho, vou jogar para a melhor Liga do mundo e estou muito orgulhoso por isso, é mais um objetivo alcançado. Quer dizer, primeiro ainda tenho de assinar e depois é que está feito… Estou orgulhoso também daquilo que fiz no Sporting com os meus colegas. Foi quando teve de acontecer, não se forçou nada, as coisas aconteceram naturalmente e o mais importante é que hoje fui à Academia despedir-me dos meus colegas. Não é fácil, custou-me bem mais do que pensava e vou levar o Sporting para sempre comigo e que os sportinguistas me continuem a acompanhar. Deixei uma mensagem também em jeito de agradecimento, saio realizado porque conseguimos reerguer o clube. Fulham? O mister Marco Silva falou muito comigo, queria muito contar comigo e gostei do projeto”, referiu no aeroporto à CNN Portugal.

Depois de dois grandes anos em Braga entre 2018 e 2020, Palhinha tornou-se um caso sério após o regresso a Alvalade (antes já tinha sido emprestado ao Moreirense e ao Belenenses SAD), com um total de 38 jogos numa temporada em que foi um dos melhores do Campeonato e, além da principal competição, ganhou ainda a Taça da Liga. Esta época, já com um sucessor a ser preparado para a sua venda (Ugarte), o médio fez ainda mais um encontro do que no ano anterior, conquistando a Supertaça e outra da Taça da Liga além de carimbar mais uma qualificação para a Liga dos Campeões. Pelo meio, foi ainda protagonista de um caso pelo pedido de despenalização de um quinto amarelo antes do dérbi com o Benfica que, mais de um ano depois, nada de novo trouxe. Sai agora, sem “caso” e a deixar uma mensagem de agradecimento.

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