Milhares de pessoas manifestaram-se no sábado em Skopje contra um projeto de acordo destinado a resolver o litígio histórico com a Bulgária, que bloqueou a abertura de negociações para a adesão da Macedónia do Norte à União Europeia (UE).
A manifestação foi apoiada pelo principal partido da oposição na Macedónia do Norte, o VMRO-DPMNE, da direita nacionalista.
“Não precisamos da Europa se é para sermos assimilados”, afirmou o líder do VMRO-DPMNE, Hristijan Mickoski, dirigindo-se aos manifestantes que empunhavam faixas tituladas “Não à União Europeia” e gritavam “traição”.
Desde 2020 que a Bulgária impedia o avanço de negociações com a Macedónia do Norte, mas também com a Albânia, para a adesão à UE.
Contudo, em 24 de junho, Sófia levantou o seu veto sob certas condições.
De acordo com o compromisso em cima da mesa, preparado sob a presidência semestral francesa do Conselho da UE que acabou de terminar, Skopje deve, em particular, modificar a sua Constituição para incluir os búlgaros nas etnias reconhecidas e aplicar um tratado de amizade de 2017 destinado a erradicar os discursos de ódio.
A Macedónia do Norte também é chamada a rever os seus programas escolares e a abrir os arquivos da polícia comunista supostamente para mostrar o mau tratamento dado aos búlgaros nesta antiga república jugoslava.
O Governo de Skopje, cuja demissão foi reclamada pelos manifestantes, rejeitou uma proposta francesa anterior em junho, antes de indicar que estava pronto para aceitar outra. As consultas públicas sobre o seu conteúdo começaram.
Segundo especialistas locais em assuntos europeus e a oposição, o novo projeto de acordo não difere muito do primeiro.