O Fórum para a Competitividade recomenda ao Governo que reduza a dívida pública “mais depressa” e procure atingir um défice orçamental inferior aos 1,9% previstos, aproveitando da melhor forma o que tem sido um “crescimento acima do esperado do PIB nominal, sobretudo devido à inflação”. Baixar o endividamento é ainda “mais urgente no atual contexto de forte subida das taxas de juro”, avisa o think tank.

A economia portuguesa conseguiu um crescimento de 2,6% no primeiro trimestre, uma taxa que se destaca pela positiva no contexto europeu. Segundo a última Nota de Conjuntura, divulgada pelo organismo liderado por Pedro Ferraz da Costa, “no segundo trimestre, a economia sofreu um impacto limitado da guerra e da inflação, não tendo chegado a cair, como se chegou a temer”.

O Fórum para a Competitividade estima, para o segundo trimestre (que acaba de terminar, no final de junho), que o crescimento em cadeia do PIB tenha desacelerado desses 2,6% para entre 0,5% e 2%, a que corresponde uma desaceleração homóloga, de 11,9% para entre 7,7% e 9,3%.

O mais provável é que a economia continue a desacelerar nos próximos trimestres, até porque o potencial de crescimento da economia portuguesa é muito inferior aos atuais valores de aumento do PIB”, escreve a nota de conjuntura cuja elaboração está a cargo da equipa encabeçada por Pedro Braz Teixeira.

É neste contexto que, aconselha o organismo, “o Governo deveria aproveitar o crescimento acima do esperado do PIB nominal, sobretudo devido à inflação, para conseguir um défice abaixo dos 1,9% do PIB planeados, para reduzir mais depressa a dívida pública”, algo que é “mais urgente no atual contexto de forte subida de taxas de juro”.

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O Fórum para a Competitividade também comenta as conclusões de um estudo elaborado pela Fundação José Neves que revela que os trabalhadores mais qualificados perderam mais poder de compra do que todos os outros. “Se queremos mais qualificações e aumentar o salário médio, estamos a seguir na direção errada”, lamenta o think tank.

Portugal é o país da UE com patrões menos qualificados. E isso prejudica a produtividade