A temporada não começou da melhor forma para António Félix da Costa mas o último mês confirmou as melhorias que o piloto conseguira sobretudo a partir do Grande Prémio do Mónaco, no final de abril (onde foi quinto classificado). No Mundial de resistência, após o triunfo nas 24 Horas de Le Mans, seguiu-se na última semana um segundo lugar nas 6 Horas de Monza que confirmou a liderança geral da competição; na Fórmula E, depois de quatro provas sempre a acabar no top 8, conseguiu a primeira pole e o primeiro pódio da temporada na Fórmula E no ePrix de Marraquexe, ficando na segunda posição atrás de Edoardo Mortara. Seguia-se mais um fim de semana no Mundial que ganhou em 2020, em Nova Iorque.

Piloto luso Félix da Costa reforça liderança do Mundial de resistência

“Adoro competir neste país apaixonado por desporto automóvel. Os adeptos amam a competição e vivem-na de forma muito intensa. O ano passado estive no pódio e por isso, este ano, a minha vontade é ganhar. Não estou na luta pelo título e isso retira-me alguma pressão, permite-me ser mais agressivo do que todos os pilotos concentrados nessa corrida”, comentara o português na antecâmara das duas corridas na Big Apple, à margem de um evento onde marcou presença com o companheiro de equipa, Jean-Éric Vergne e Sebastien Ogier, que ganhou por oito ocasiões o Mundial de Rális, em declarações ao jornal A Bola.

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A primeira pole, o primeiro pódio: António Félix da Costa brilha em Marraquexe na Fórmula E (mesmo a ajudar Vergne na luta pelo título)

E as primeiras indicações dificilmente poderiam ser melhores, com Félix da Costa a conseguir ser o piloto mais rápido em pista na segunda sessão de treinos livres após ter ficado em sétimo nos TL1. No entanto, a chuva que caiu na altura da qualificação acabou por prejudicar as ambições do português da DC Techeetah, que não foi além do décimo posto na definição da grelha (o companheiro de equipa, Jean-Éric Vergne, que começava a 11 pontos do líder Edoardo Mortara, fez ainda pior e saía do 16.º lugar este sábado).

Com Nick Cassidy a conseguir surpreender o antigo líder do Mundial, Stoffel Vandorne, as contas ficaram furadas para muitos dos primeiros classificados além de Vergne que nem sequer conseguiram entrar no top 5, casos de Robin Frijns (sétimo) ou Mitch Evans (14.º). Também por isso, a saída e as primeiras voltam teriam uma especial importância no decorrer da prova. E foi aí que os dois pilotos da DS Techeetah “perderam” de vez a corrida num arranque que mostrou uma pista muito suja: António Félix da Costa desceu ao 14.º lugar, perdendo várias posições na saída, ao passo que Jean-Éric Vergne acabou atravessado na pista, caindo para o 20.º lugar que hipotecou por completo as hipóteses de somar pontos no Mundial.

Lá na frente, Nick Cassidy conseguiu segurar a liderança da corrida, tendo agora na perseguição Lucas di Grassi e Sébastien Buemi, pilotos que aproveitaram também o arranque aquém de Vandoorne. Era entre estes quatro que se discutiam as posições de pódio, com Félix da Costa a aproveitar para subir mais duas posições numa pista pouco propícia a ultrapassagens mas que permitia aproveitar os erros cometidos pelos adversários. Contudo, e quando estava na 12.ª posição (e numa altura em que começou a chover e bem em Nova Iorque), um furo acabou por levar o piloto português a desistir nos últimos dez minutos.

A chuva deixava a pista a derrapar muito, algo que acabaria por mudar por completo a classificação da prova com vários pilotos a deslizarem na água para a desistência que depois foi revertida: a direção de corrida considerou que essa parte da corrida não deveria ser contabilizada e Nick Cassidy conseguiu a sua primeira vitória na Fórmula E, seguido de Lucas di Grassi e Robin Frijns com Vandoorne em quarto, o líder do Mundial Edoardo Mortara em quinto e Jean-Éric Vergne a não passar do 18.º lugar.