O PS dos Açores alertou esta terça-feira para “o pouco tempo útil” que as famílias e as unidades orgânicas da Região dispõem para se adaptarem aos manuais digitais, a que alguns alunos vão ter acesso já no próximo ano letivo.

O PS não poderia estar mais de acordo com esta iniciativa que promove a transição digital e introduz novas metodologias de trabalho, mas, mais uma vez, está a ser feito em cima do joelho, sem a devida preparação e envolvimento da comunidade escolar”, afirmou o deputado do PS dos Açores, Rodolfo Franca.

Segundo uma nota de imprensa divulgada pelo partido, as declarações do deputado foram feitas à margem de uma reunião com o conselho executivo da Escola Básica e Secundária (EBS) da Graciosa, no âmbito das jornadas parlamentares dos socialistas açorianos, que decorrem até quarta-feira naquela ilha.

Na ocasião, o parlamentar lamentou que este “não esteja a ser um processo trabalhado em conjunto com as escolas” e que nem tenha um conjunto de etapas “bem sistematizadas” onde toda a comunidade escolar tenha conhecimento do seu caminho.

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Segundo Rodolfo Franca, a pouco mais de um mês do início do ano letivo, as escolas “não receberam os computadores, não os têm preparados e nem sabem quando os vão receber”.

O deputado socialista considerou que se prevê uma implementação “muito complicada”.

Pelo que nos foi transmitido, um professor de cada escola dos Açores terá uma formação de utilização dos manuais, agora a decorrer durante este mês de julho, o que significa que, depois, esse professor terá de dar formação aos restantes docentes até ao início do ano letivo”, assinalou.

Os deputados do PS alertaram ainda para a escassez de recursos humanos, na EBS da Graciosa em particular, mas também nos Açores em geral, e dizem sentir que o ano escolar está colocado em causa.

Na segunda-feira a secretaria regional da Educação e dos Assuntos Culturais anunciou que vai promover três ações de formação sobre os manuais digitais.

Numa nota no portal oficial do Governo (PSD/CDS-PP/PPM), a Secretária Regional da Educação, Sofia Ribeiro, sublinhou que os momentos formativos vão “dar informação prática sobre as funcionalidades dos manuais digitais, assim como das plataformas educativas associadas, de acordo com os manuais adotados pelas escolas”.

De acordo com o Governo açoriano, no ano letivo, cerca de cinco mil alunos dos 5.º e 8.º anos da Região terão acesso gratuito a manuais digitais e a equipamentos tecnológicos que permitem a sua utilização.

Este é um projeto que, ao longo do tempo, e até 2026, irá abranger todos os alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e a todos os alunos do ensino secundário”, sublinhou ainda a governante.

Segundo a titular da pasta da Educação, o projeto de desmaterialização dos manuais escolares, com a adoção de manuais digitais, “constitui um relevante mecanismo de promoção da igualdade no acesso à informação e ao estudo”.

Os momentos formativos são destinados aos pontos focais designados pelas unidades orgânicas do sistema educativo regional para o desenvolvimento do projeto de desmaterialização dos manuais nas escolas da Região.

Esta terça-feira iniciou-se a primeira formação, na Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, em Angra do Heroísmo, para os professores das escolas das ilhas Terceira, Graciosa e Corvo.

A segunda formação decorre na quarta-feira, na Escola Secundária Manuel de Arriaga, na Horta, para as escolas do Faial, Pico, São Jorge e Flores.

Na quinta-feira a formação será na Escola Secundária Domingos Rebelo, em Ponta Delgada, destinada às escolas de São Miguel e Santa Maria.