O Grande Prémio da Hungria em Fórmula 1, em Hungaroring, trouxe uma das qualificações mais atípicas da temporada. A Ferrari dominou os treinos livres de sexta-feira, Nicholas Latifi surpreendeu ao fazer o melhor tempo com o Williams numa terceira sessão de treinos marcada pela chuva intensa e, já na qualificação, George Russell roubou a pole-position a Carlos Sainz mesmo ao cair ao pano.

Assim, o britânico de 24 anos conquistou a primeira pole da carreira, tornando-se o 105.º piloto da história da Fórmula 1 a sair na liderança de um Grande Prémio, e tinha uma oportunidade de ouro para procurar uma vitória numa corrida em que Leclerc saía de terceiro, em que Hamilton saía de 7.º e em que Verstappen não foi além da 10.ª posição. Na antecâmara deste domingo, tanto Verstappen como Pérez fizeram alterações nos componentes do motor dos Red Bull — sem penalizações, já que ainda estão dentro dos limites impostos pela FIA para toda a temporada, e depois de o neerlandês se ter queixado de falta de potência no fim da qualificação.

Foi ao cair do pano: George Russell conquista primeira pole-position da carreira no GP da Hungria

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“Nem sequer estava a pensar em mim, para ser honesto. Mas para a Mercedes, enquanto equipa, é enorme. Esta sexta-feira foi provavelmente a nossa pior sexta-feira de toda a temporada. Estivemos todos aqui até às 23h a pensar. A moral estava muito em baixo, sentimo-nos muito perdidos. Voltar e agarrar a pole-position 24 horas depois é uma sensação incrível porque eu sei aquilo por que passámos na noite passada. E sei que a qualificação não dá pontos mas ter este resultado, para todos nós, é mesmo gigantesco”, disse George Russell, este sábado, logo após a qualificação.

Ora, este domingo, mantinha-se a ameaça de chuva: com o Grande Prémio a começar às 14h, a previsão meteorológica da zona do circuito húngaro apontava para a possibilidade de chuva intensa às 14h30. No arranque, Russell segurou a liderança apesar da investida de Sainz logo na primeira curva e segurou a liderança, conquistando até uma vantagem confortável em relação aos Ferrari após o fim de um safety-car virtual provocado por uma colisão entre Magnussen e Ricciardo que deixou alguns destroços em pista. Hamilton conquistou duas posições nesse início de corrida, subindo a 5.º, e Verstappen também iniciou essa espécie de remontada, entrando na volta 10 já em 6.º e a perseguir o britânico.

George Russell foi o primeiro dos da frente a parar, para montar pneus médios, e embora tenha saído atrás dos Ferrari recuperou a liderança após as paragens de Sainz e Leclerc e também Hamilton e Verstappen. Já depois de lembrar à equipa que estava mais rápido do que o colega de equipa, ou seja, de que era quem tinha de ser lançado para a vitória, Leclerc começou a pressionar Russell através do DRS e a explorar tentativas de ultrapassagem, acabando por subir à liderança à passagem da volta 30.

Mais atrás, Verstappen decidiu parar mais cedo do que os rivais para, eventualmente e algumas voltas depois, aproveitar as paragens de Sainz, Russell e Leclerc para ganhar alguns segundos. A estratégia da Red Bull resultou e o neerlandês, numa altura em que já tinha conquistado mais posições, saiu à frente de Russell e ficou atrás de Leclerc, assumindo mesmo o primeiro lugar da corrida com uma ajuda preciosa de Pérez, que atrasou o monegasco na reta da meta.

Verstappen ainda colocou tudo em risco com um pião, perdendo a traseira do carro na curva 13 e permitindo a ultrapassagem de Leclerc, mas voltou a apanhar o monegasco com recurso ao DRS e não mais deixou escapar a liderança. Num Grande Prémio em que saiu de 10.º, o piloto neerlandês aproveitou a estratégia de paragens praticamente perfeita da Red Bull e venceu na Hungria num verdadeiro dia à campeão, reforçando a liderança da classificação geral. Hamilton e Russell completaram o pódio para a Mercedes, Sainz ficou em 4.º e Leclerc não foi além da sexta posição, com Pérez a terminar entre os dois Ferrari.