909kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Não, não é um novo filme. A Ovelha Choné vai mesmo dar a volta à Lua com a missão Artemis I

Este artigo tem mais de 2 anos

A Agência Espacial Europeia anunciou quem será o tripulante da missão Artemis I: a Ovelha Choné. A missão será lançada dentro de um mês e é o primeiro ensaio do regresso à Lua.

Shaun_the_Sheep_with_Orion_and_European_Service_Module
i

A Ovelha Choné e o modelo do módulo espacial europeu que vai acompanhar na viagem à volta da Lua

ESA/Aardman

A Ovelha Choné e o modelo do módulo espacial europeu que vai acompanhar na viagem à volta da Lua

ESA/Aardman

“Embora possa ser um pequeno passo para um homem, é um salto gigantesco para o rebanho.” Não, não é engano. A semelhança com a famosa frase de Neil Armstrong, o primeiro ser humano a pisar a superfície lunar, há 53 anos, é propositada: “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”.

Este é um momento emocionante para o Shaun e para nós na ESA. Estamos ‘lanosamente’ muito contentes por ele ter sido selecionado para a missão e compreendemos que, embora possa ser um pequeno passo para um humano, é um salto gigantesco para o rebanho [lambkind]”, disse David Parker, diretor para a Exploração Humana e Robótica da ESA.

Aqui, será uma pequena ovelha — um boneco, na verdade — a representar todos os indivíduos do seu grupo. Mas não uma qualquer. A Ovelha Choné (Shaun the Sheep, em inglês) foi o primeiro “astronauta” escolhido pela Agência Espacial Europeia (ESA) para integrar a missão Artemis I que deverá ser lançada no final do mês de agosto (dia 29) ou, no limite, no início de setembro (a 2 ou 5).

As três missões Artemis planeadas até 2025 têm como objetivo levar o homem de volta à Lua: Artemis I será uma missão não-tripulada com um viajante lanudo; Artemis II vai levar astronautas humanos, mas sem pousar no satélite natural da Terra; e, se tudo correr bem, Artemis III levará astronautas para seguirem as pegadas de Neil Armstrong e outros da sua geração.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Ovelha Choné não vai ser lançada no espaço ao acaso: está a treinar para ser astronauta e a familiarizar-se com nave espacial Orion, da agência espacial americana (NASA), e com o módulo europeu desde 2020. Ao longo deste período, Shaun viajou para vários locais na Europa e nos Estados Unidos para conhecer os diferentes aspetos da missão.

Já antes disso a Ovelha Choné tinha feito um voo parabólico no avião Airbus ‘Zero G’ A310 que simula a sensação de falta de peso que se experimenta no espaço, como preparação para o filme “A Shaun the Sheep Movie: Farmageddon” de 2019 (“A Ovelha Choné, o Filme: A Quinta Contra-Ataca”, em Portugal).

Shaun_the_Sheep_experiencing_microgravity_on_ESA_parabolic_flight

A Ovelha Choné numa experiência de microgravidade a bordo de um voo parabólico organizado pela Agência Espacial Europeia

ESA/Aardman

Em relação à fama, não será um problema: apareceu pela primeira vez em 1995, no filme de Wallace e Gromit “A Tosquiadela”, e há 15 anos que tem a sua própria série na televisão. Depois disso, já foi protagonista de dois filmes com o seu nome.

Flutuar como um astronauta num avião em queda livre

Voltar à Lua para chegar a Marte

Na mitologia grega, Apolo e Artémis eram irmãos gémeos — ele mais ligado aos céus e ao Sol e ela mais ligada à Lua. Na era moderna, deram nome às missões (e ambições) de levar o homem ao satélite natural da Terra. O programa Apollo da NASA entre 1961 e 1972 tinha o objetivo específico de colocar o homem na Lua. As missões Artemis querem não só levar astronautas à Lua, mas conseguir mantê-los por lá para mais do que uma simples caminhada, umas quantas fotografias ou experiências curtas.

As primeiras seis missões da nave Apollo foram não-tripuladas — tal como a Artemis I que levará consigo a Ovelha Choné —, o que quer dizer que não tinham astronautas a bordo e era comandada a partir da Terra. As restantes 11 missões foram tripuladas — tal como o serão Artemis II e III —, mas apenas seis pousaram na superfície lunar — missão que está destinada à Artemis III. No total, 12 astronautas pisaram a Lua.

As missões Artemis distinguem-se, no entanto, claramente do programa Apollo, porque o objetivo é preparar a viagem do homem até Marte: por um lado, criando condições para o homem sobreviver na Lua; por outro, testando as viagens além dos limites da órbita lunar. Também as tripulações serão diferentes das de outrora dominadas por homens brancos: “Com as missões Artemis, a NASA vai fazer pousar a primeira mulher e a primeira pessoa de cor na Lua”, lê-se no site da missão.

Vídeo. LINA, como vai ser a casa dos terráqueos na Lua

Logo na primeira viagem da missão Artemis, a Ovelha Choné chegará mais longe do que qualquer humano alguma vez chegou. A nave viajará até à Lua onde ganhará impulso para ir ainda mais longe: a 70 mil quilómetros do satélite natural (quase 500 mil quilómetros da Terra). No regresso, passa pela Lua novamente e alinha a rota em direção à Terra.

A Ovelha Choné terá de levar a mala bem apetrechada e comida de reserva, uma vez que a missão tanto pode durar 20 dias como ultrapassar os 40. O que vai determinar o tempo da viagem não é a ida — ou sequer a vontade de Shaun voltar a pôr os pés em Terra firme —, mas o regresso controlado, que tem de acontecer durante o dia e no oceano Pacífico ao largo da Califórnia.

Artemis_I_step-by-step

Plano da viagem da Orion durante a missão Artemis I, com a Ovelha Choné a bordo

ESA–K. Oldenburg

A Artemis I será uma missão não-tripulada, o que quer dizer que a Ovelha Choné não poderá mexer nos comandos. Quem vai manobrar a nave espacial será a equipa em Terra. O foguetão será lançado do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, e na órbita mais baixa da Terra largará os módulos que devem chegar à Lua.

No regresso, a cápsula com a tripulação cairá sobre o oceano Pacífico para que os astronautas possam ser resgatados e o módulo europeu, responsável por fornecer ar, eletricidade e propulsão à nave Orion, vai arder quando entrar na atmosfera terrestre.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.