É a primeira vez que se descobre o alegado autor de uma agressão com seringa, desde que a onda de picadas em discotecas começou em Espanha. A polícia municipal de La Rápita, na província de Tarragona, identificou um alegado suspeito de picar uma jovem de 24 anos, avançou a Catalunya Rádio, citada pelo El Mundo.

O crime terá ocorrido quando a jovem estava com um grupo de amigas numa discoteca em La Ràpita. A mulher avisou imediatamente os seguranças do espaço de diversão noturna que alertaram a polícia municipal. A jovem de 24 anos assegurou que conseguiu ver seu suposto agressor, que foi identificado pela polícia municipal.

Mais tarde, a mulher foi levada para o hospital para realizar exames. À semelhança do que tem acontecido na grande maioria dos casos de agressões com seringa relatados até o momento, nenhuma substância foi detetada. Também neste caso, a vítima não apresentou sintomas nem foi alvo de nenhum crime após a picada.

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Após a sua denúncia, os Mossos d’Esquadrà abriram um inquérito para tentar apurar a participação da pessoa identificada neste caso, segundo escreve o El País. Não foram divulgadas informações sobre este suspeito que não foi preso, nem se assumiu ser o autor da picada.

Este caso junta-se assim aos mais de 20 só na Catalunha e aos mais de 60 em toda a Espanha. É precisamente a Catalunha que regista mais casos, especialmente nas áreas de Lloret del Mar, Lleida e Barcelona. Segue-se o País Basco, onde a polícia está a investigar 12 casos — dois deles a envolver menores de idade — e Cantábria, que regista 11 casos, todos registados num festival de Reggaeton em Santander. Também nas ilhas Baleares foram detetados casos: quatro em Ibiza e dois em Maiorca.

O fenómeno que começou em Inglaterra em outubro de 202, ainda não terá chegado a Portugal. “Até ao presente momento, a Polícia de Segurança Pública não registou ocorrências com os contornos referidos“, informou o Gabinete de Imprensa e Relações Públicas desta força de segurança, numa resposta enviada ao Observador.

O que fazer no caso de ser vítima de uma picada?

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A PSP dá vários conselhos de segurança sobre o que fazer no caso de se ser picado e como diminuir o risco de o ser:

  • Sempre que possível, desloque-se no contexto de um grupo de amigos e pessoas que conheça bem e nas quais possa confiar;
  • Ao sentir algum tipo de indisposição ou desorientação, independentemente da possível causa, procure de imediato o grupo que acompanhou;
  • Deixe sempre informação com algum familiar sobre os locais que pretende frequentar e com quem;
  • Se for vítima de um crime (ou de uma tentativa) não resista e procure fixar aspetos relevantes da fisionomia e comportamento do(s) autor(es);
  • Em caso de emergência, ligue de imediato o número de emergência nacional (112).

Polícia de Segurança Pública

Vários especialistas têm tentado explicar o que poderá estar por detrás deste fenómeno: não há crimes após as picadas e a grande maioria das pessoas que denunciou os casos não apresentou vestígios de substâncias nas suas análises. Aliás, existem algumas dúvidas de que a administração de substâncias psicoativas seja possível por este método. Mais: mesmo que, com uma picada rápida através de uma agulha fina, seja possível introduzir uma pequena quantidade de uma substância psicoativa, não seria suficiente para deixar a vítima num estado de submissão. Ainda assim, a picada não deixa de ser uma lesão com risco potencial de causar doenças contagiosas.