Melhor chave de ouro para fechar aqueles que ficarão como os Campeonatos da Europa mais conseguidos de sempre para Portugal era impossível: numa prova fantástica em que conseguiu andar na frente nas duas especialidades favoritas (costas e bruços) ganhando margem para gerir os 50 metros livres, Gabriel Lopes conquistou a medalha de bronze nos 200 metros estilos, carimbando um histórico segundo pódio nesta edição depois do terceiro lugar de Diogo Ribeiro nos 50 metros mariposa. Tirando as outras finais e todos os recordes nacionais conseguidos, Portugal alcançou só nesta edição que se realizou na cidade de Roma metade das medalhas que tem em toda a história dos Europeus (Yokochi e Alexis têm as outras).

Quinto, sétimo, mais uma medalha histórica: Gabriel Lopes de bronze nos 200 metros estilos dos Europeus

“Foi uma satisfação muito grande, não só pelas duas medalhas que são o corolário daquilo que foi a boa participação nacional nestes Campeonatos da Europa mas também pela quantidade de resultados dos outros nadadores entre finais, recordes nacionais e meias-finais. Julgo que estamos perante uma nova geração de nadadores que é fruto de muito trabalho, muita dedicação, muita estratégia e os resultados de tudo isso estão à vista”, comentou após o bronze de Gabriel Lopes António José Silva, presidente da Federação Portuguesa de Natação, em declarações à Rádio Observador.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Outro recorde nacional, uma medalha histórica: Diogo Ribeiro vence bronze nos 50m mariposa dos Europeus

“É uma geração que nos faz sonhar a todos. Não é um desígnio meu, não é um desígnio da Federação, é um desígnio nacional que é ter representantes de Portugal nos palcos mais importantes das competições internacionais, neste caso a natação. Estamos a falar dos Campeonatos da Europa mas o nosso objetivo é ter esta mesma representatividade nos Campeonatos do Mundo e nos Jogos Olímpicos. É para isso que trabalhamos, é para isso que diariamente fazemos aquilo que fazemos para garantir as melhores condições aos atletas. Os atletas não nascem por gerações espontânea, alguns têm a sorte de ter esses atletas de geração espontânea”, prosseguiu, antes de explicar o que foi mudando com o tempo.

Em Portugal, como somos menos e os recursos são mais escassos, é preciso ter uma estratégia bem definida e bem delineada para captar e enquadrar aqueles que são os melhores e para que depois, dentro do devido enquadramento técnico, científico, contexto cultural, estilo de vida, ligação à universidade e à escola, atingirem os grandes objetivos, resultados em competições internacionais como foi o caso”, destacou o líder da Federação da Natação.

A meia hora de afirmação de um projeto: Gabriel Lopes, Ana Catarina Monteiro e João Costa na final dos Europeus

“Medalhas nos Jogos Olímpicos? Temos de ir etapa a etapa… Tudo carece de uma sistematização e de uma estabilização de resultados. Não vamos passar do 11.º lugar que foi o melhor resultado que tivemos nos últimos Jogos Olímpicos, uma meia-final, para as medalhas… Temos de fazer um processo sistemático. O objetivo como é óbvio passa por lutar por finais mas como também é óbvio, chegando lá, têm todos braços, pernas, músculos, articulações, tendões e trabalham para o mais alto, seja primeiro, segundo ou terceiro entre as medalhas. Os pés devem estar bem assentes na terra, ir etapa a etapa. O trabalho está a ser feito, é uma nova geração de jovens nadadores e acreditamos que podemos atingir esses resultados, lutar pelas finais”, concluiu António José Silva no final dos Europeus de natação pura.