O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, mostrou-se esta segunda-feira contra a proibição total dos vistos para os cidadãos russos. “Proibir a entrada a todos os russos não é uma boa ideia. Temos de ser mais seletivos”, afirmou, segundo a Bloomberg.

O Alto Representante para a Política Externa falava durante uma conferência em Espanha, onde explicou que, embora a UE não deva abrir portas à oligarcas, é preciso pensar nos “muitos russos que querem fugir do país”.

“Mais de 300.000 russos fugiram do seu país porque não querem viver sob o domínio de Putin. Vamos fechar a porta a estes russos? Não acho que seja uma boa ideia“, acrescentou, citado pelo The Guardian.

As declarações de Borrel adiantam-se ao encontro dos ministros dos negócios estrangeiros da UE, que na próxima semana vão ter uma reunião informal em Praga para discutir a questão dos vistos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Também os Estados Unidos se manifestaram esta segunda-feira sobre o tema. “Os EUA não iriam querer fechar os caminhos para os refugiados e dissidentes da Rússia ou outros que são vulneráveis a abusos de direitos humanos”, disse um porta-voz do Departamento de Estado do país, citado pela CNN.

“É importante traçar uma linha entre as ações do governo russo e as suas políticas na Ucrânia dos cidadãos russos”, sublinhou.

No início de agosto, em entrevista ao The Washington Post, o Presidente da Ucrânia pedia ao ocidente que feche as fronteiras aos russos como retaliação pela invasão. Os russos, explicou, estão a “roubar a terra de outros” e deviam “viver no seu próprio mundo até mudarem a sua filosofia”.

Alguns líderes, como a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, já se mostrou a favor da proibição dos vistos e, na semana passada, pediu à União Europeia que pare de emitir vistos de turismo aos cidadãos russos. “Visitar a Europa é um privilégio, não um direito”, escreveu numa publicação no Twitter.

Também a primeira-ministra da Finlândia segue a mesma linha de pensamento. “Não é correto que enquanto a Rússia faz uma guerra brutal e agressiva na Europa, os russos façam uma vida normal, viajem pela Europa e façam turismo”, sublinhou Sanna Marin.