Numa semana em que o Benfica carimbou a presença na Liga dos Campeões e o sorteio pôs Paris Saint-Germain, Juventus e Maccabi Haifa no caminho dos encarnados, Roger Schmidt garantia que esses eram desafios para pensar mais à frente, o foco estava no campeonato e sempre no próximo jogo. “É um verdadeiro grupo de Liga dos Campeões. É difícil, mas é interessante. Nunca defrontei nenhum destes adversários, agora posso conhecê-los. É exatamente esta a competição em que queremos estar, mas para ser muito honesto estou muito focado no jogo do Bessa e nas próximas semanas, com jogos importantes. Tudo obriga a concentração máxima e, por isso, estamos completamente focados no jogo do Boavista.”. E foi mesmo preciso concentração máxima para derrotar o Boavista, no Estádio do Bessa.

Com um onze inicial praticamente inalterado desde o início da temporada, a expulsão de Otamendi no jogo com o Casa Pia obrigava a mudanças na defesa encarnada. Na conferência de imprensa de antevisão, Roger Schmidt afastou a ideia de que havia um problema a resolver: “Neste momento, o Lucas Veríssimo e o João Victor estão lesionados e o Otamendi está castigado. Mesmo assim ainda temos três defesas-centrais, com Morato, Vertonghen e António Silva. Tenho de decidir. Acho que o Morato e Vertonghen estão em condições muito boas, é claro que não é muito usual jogar com dois defesas canhotos, mas também é possível. Se jogarmos com dois defesas destros ninguém vai falar, por isso também é possível jogarmos com dois canhotos. O António também está bem”, concluiu o treinador. António estava bem e foi a opção para o jogo. Entre a experiência do belga e a rapidez do jovem português, Schmidt apostou na estreia do jogador de 18 anos e foi a única mudança na equipa inicial em relação ao jogo com o Dínamo de Kiev.

Do lado do Boavista, Petit fez três alterações na equipa em relação à derrota frente ao Casa Pia com a saída do lesionado Bracali, de Filipe Ferreira e de Bozeník para a entrada do guarda-redes César, a estreia de Bruno Onyemaechi e ainda Bruno Lourenço. O treinador do Boavista apostou num 3x5x3, com o estreante Onyemaechi focado nas ações de Gilberto e também de David Neres.

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“Já falei com o Javi García, que esteve com ele [Petit] no Boavista. Trata-se de uma boa equipa, que se motiva muito contra as grandes equipas. Jogam sempre com altas capacidades para competir, sobretudo a jogar perante os seus adeptos, no seu estádio.”, previa Roger Schmidt antes da partida. E não estava muito longe da realidade, a equipa do Boavista entrou motivada, numa primeira parte muito marcada por duelos físicos a meio-campo. Nos primeiros quinze minutos de jogo, foi mesmo a equipa da casa quem conseguiu chegar mais vezes com perigo à baliza adversária. Era uma fase do jogo em que o Benfica conseguia ter bola, reagia rápido à perda, mas estava com dificuldades em chegar num ataque organizado à baliza de César. Mais uma vez, foram Enzo Fernández e Florentino a pegar no meio-campo do Benfica e a conseguir estabelecer o ataque, com o argentino a ir buscar jogo atrás por diversas vezes.

A primeira oportunidade dos encarnados surgiu pelo estreante António Silva, que num canto envia a bola por cima da baliza de César (20’). A partir daí, o Benfica conseguiu crescer no jogo e chegou ao golo dez minutos depois. Canto batido do lado direito por David Neres para o centro da área do Boavista, Morato nem precisou de saltar para cabecear para dentro da baliza de César e colocar o Benfica na frente do marcador (30’). A equipa encarnada, que já vinha numa fase ascendente, deixou, nesta altura, de dar oportunidades ao Boavista. Gonçalo Ramos ainda tentou aumentar a vantagem com um remate perigoso (39’), mas foi impedido por uma grande defesa de César, na estreia na baliza do Boavista. Até ao intervalo, a equipa da casa pressionou nos últimos cinco minutos da primeira parte, sem sucesso. Antes das equipas recolheram aos balneários ainda houve tempo para João Mário desperdiçar uma grande oportunidade: com uma assistência de Rafa e a baliza aberta, o capitão do Benfica rematou ao lado.

O segundo tempo começou com o Boavista de ideias renovadas. Sem alterações nas equipas, os jogadores de Petit entraram novamente motivados e a tentar pegar na partida. Foram várias as investidas pelo lado direito do ataque lideradas por Salvador Agra, numa altura em que a defesa do Benfica estava com várias dificuldades em acalmar o ritmo do jogo. Os dois treinadores mexeram nas equipas, com Roger Schmidt a fazer entrar Diogo Gonçalves, Bah e Musa, para as saídas de David Neres, Gilberto e Gonçalo Ramos (61’). Do lado do Boavista, Petit queria continuar a tentar crescer no jogo e pôs em campo Bozeník e Mangas, com as saídas de Agra e Rodrigo Abascal. Mas, tal como na primeira parte, quando o Boavista estava melhor, foi o golo que tudo serenou. Grimaldo cruzou para a área, João Mário fez um cabeceamento falhado, a bola sobrou para Musa que a segurou dentro da área e, de costas, assistiu para o primeiro golo da noite do internacional português (67’).

Mesmo com o golo, a equipa do Benfica não pode descansar completamente, com um Boavista sempre muito ativo à procura de desequilibrar. Mas já perto dos últimos dez minutos de jogo, um desarme de Sasso a Musa na área do Boavista levou João Pinheiro a ver as imagens do VAR. O árbitro, que primeiro tinha assinalado canto, marcou penálti para o Benfica. João Mário, que assumiu a braçadeira de capitão, assumiu também a marcação da grande penalidade e fez o terceiro do Benfica. Até ao final do jogo, houve ainda tempo para Roger Schimdt lançar o mais recente reforço no jogo, Aursnes entrou para o lugar de Enzo Fernández e fez os primeiros minutos com a camisola do Benfica. O treinador do Benfica conseguiu a sétima vitória consecutiva ao comando dos encarnados. A equipa da Luz volta a jogar na terça-feira, em casa, frente ao Paços de Ferreira, jogo em atraso da 3ª. jornada do campeonato.