Seis obras da literatura açoriana traduzidas para inglês foram apresentadas na segunda-feira nos Estados Unidos da América (EUA) com o apoio do presidente do Governo dos Açores para “valorizar a tradição e identidade” dos Açores “pela literatura e poesia”.
“Tenho um enorme orgulho em todos os autores que começam agora a ser aqui traduzidos. Ensinam e contam muito do que revela a identidade e um sentido cosmopolita e universalista do pensador português e açoriano. Somos uma referência no país e no mundo numa procura de informação e conhecimento no mundo”, afirmou José Manuel Bolieiro, em New Bedford, no auditório do Whaling Museum (museu da baleação).
Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio, Ilhas Desconhecidas, de Raul Brandão, Pedras Negras, de Dias de Melo, A Ilha e o Mundo (e poemas selecionados), de Pedro da Silveira e Um Sorriso na Escuridão, de Adelaide Freitas foram as primeiras cinco obras traduzidas no âmbito do projeto editorial Bellis Azórica.
A iniciativa, apresentada como o “único projeto editorial dedicado aos Açores em inglês“, é do Centre from Portuguese Studies and Culture — Tagus Press, com a participação dos professores Mário Duarte, da universidade de Massachussets – Dartmouth e Francisco Cota Fagundes, da Universidade de Massachussets — Amherst.
Na apresentação, o chefe do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) manifestou a intenção de “abrir um percurso diferente do relacionamento com a comunidade”, com uma aposta no “conhecimento e educação”, valorizando a tradição e identidade açorianas “pela literatura e a poesia”.
Para Bolieiro, a tradução destas obras, bem como das próximas cinco já planeadas, “representa projeção, cultura, solidariedade geracional pela identidade” açoriana.
“Não podemos iludir as realidades que o devir nos traz. Na nossa diáspora para as gerações mais novas, se o conhecimento for transmitido apenas em português, perde-se a oportunidade de os informar sobre a realidade dos seus avós ou pais. Através da literatura e poesia há esta possibilidade”, notou.
Para o chefe do governo regional, o projeto ajuda os Açores a “emergir, pelo orgulho e riqueza intelectual projetadas para o mundo“.
“A mola impulsionadora de relacionamento que gostaria de cimentar com esta estratégia é o futuro. Estamos orgulhosos do passado, mas igualmente focados no futuro”, disse.
Bolieiro apresentou o açoriano como “um exemplo de uma entidade cosmopolita e universalista que não se reduziu à condição da sua história e geografia — distante, isolada, pequena — mas ao seu desejo de conhecimento”.
No Whaling Museum (museu da baleação), o governante visitou também uma exposição do pintor Domingos Rebelo.
O presidente do Governo dos Açores iniciou na quinta-feira uma visita de seis dias a Massachusetts e Rhode Island, nos Estados Unidos da América (EUA), para contactos com a universidade de Lowell e com empresários e participação nas Festas do Divino Espírito Santo, entre outras atividades.
Açores são “terra de oportunidades” e de “muito futuro” para investidores, afirma Bolieiro