O Jardim Público de Beja foi esta quarta-feira encerrado ao público, pelo menos por oito dias, após a deteção em animais aí existentes do vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) do subtipo H5N1, revelou a câmara.
Este é o segundo espaço de Beja, esta semana, a ser encerrado pelo município devido a casos de GAAP do subtipo H5N1, já que, na segunda-feira, foi interditado o Parque da Cidade.
Animal morto com gripe aviária leva a interdição temporária do Parque da Cidade em Beja
No comunicado esta quarta-feira enviado, a autarquia explicou que o encerramento temporário do Jardim Público tem “efeitos imediatos” e vai vigorar “por um período não inferior a oito dias”.
A medida adotada respeita as diretrizes de higiene e biossegurança determinadas pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), disse a câmara.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da câmara, Paulo Arsénio, explicou que, esta segunda-feira, “foi encontrado morto um pato” da colónia existente no jardim público cujo cadáver foi recolhido pela equipa do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) que se encontrava em Beja, nesse dia.
Analisaram-no e está positivo e, por isso, fechámos o jardim, vamos capturar as aves que consigamos capturar, desinfetar tudo para tentar eliminar o foco do vírus e depois reabrir o jardim”, acrescentou o autarca.
Os patos que frequentam o lago do Jardim Público de Beja “estão lá durante vários períodos do dia, a câmara dá-lhes algum alimento”, mas é uma colónia com aves “que vêm e vão, voam e regressam”, pelo que existe “uma dificuldade maior” em capturá-las, relatou.
Na segunda-feira, a câmara interditou o Parque da Cidade, também pelo menos por oito dias, por ter sido detetado o vírus GAAP do subtipo H5N1 num dos oito gansos do espaço que morreram recentemente.
Aí temos dois tipos de patos. Temos uns que são manifestamente selvagens, que andam no meio do lago, só vêm beber água, dormem nos caniçais e em sítios que desconhecemos, e temos outros patos e gansos que andavam junto das pessoas”, explicou o autarca.
Destes últimos, “morreram oito de um grupo de 12 gansos. Após a deteção do foco de H5N1, capturámos os restantes e já foram eliminados, de acordo com as regras da DGAV”, referiu.
O foco da gripe aviária foi detetado numa das aves analisadas, mas a Câmara de Beja avançou na mesma com a participação contra desconhecidos junto do Ministério Público (MP) por suspeitar do possível envenenamento de alguns dos gansos do Parque da Cidade.
Segundo os nossos tratadores, o ganso que acusou a estirpe do H5N1 não tinha qualquer sintoma, mas os outros sete gansos que morreram tinham sintomas, nomeadamente espumavam, a forma como colocavam as patas e o pescoço e a cor do bico”, disse.
Portanto, “guardámos o cadáver de um desses gansos e vai ser analisado na Universidade de Évora, a partir de setembro, e só aí vamos saber se foi um fenómeno de envenenamento ou não”, frisou Paulo Arsénio.