Marcelo Rebelo de Sousa foi ao Brasil há dois meses, mas Jair Bolsonaro cancelou o encontro com o Presidente português por este também se encontrar com o seu adversário Lula da Silva. Agora foi diferente. Marcelo encontrou-se com o Presidente brasileiro em Brasília, com o pretexto dos 200 anos da independência daquele país, e, minutos depois, escusou-se a fazer qualquer comentário sobre as Presidenciais brasileiras: “São duas coisas completamente separadas. Vim cá assinalar aquilo que é um facto histórico fundamental”.
Questionado diretamente sobre se a democracia brasileira tem problemas, Marcelo Rebelo de Sousa fugiu à questão: “Não vou falar das questões internas do Brasil“. Pelo meio, já tinha ensaiado outra fuga ao tema: “A visita não tem nada a ver com a vida interna dos países”.
Para justificar a sua presença no Brasil ao lado de Bolsonaro, Marcelo Rebelo de Sousa disse que seria “incompreensível que Portugal não estivesse representado ao mais alto nível num momento importante da história do Brasil e de Portugal”. Para o Presidente da República portuguesa há uma diferença entre “as questões do plano do Estado ou daquilo que é a vivência própria dos regimes políticos em cada momento.”
Marcelo disse ainda que seria uma “ironia do destino” que presidentes de países como Cabo Verde ou Guiné Bissau estivessem presentes e “Portugal não estivesse representado ao mais alto nível”.