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A contra-ofensiva ucraniana em Kharkiv é o principal acontecimento desta quinta-feira, depois de já ter sido essa manobra militar a marcar, na véspera, a guerra na Ucrânia. E está a ser “altamente eficaz”, escreve o think tank Instituto para o Estudo da Guerra, no seu mais recente relatório diário sobre o conflito. “As forças ucranianas provavelmente usaram a surpresa tática para avançar pelo menos 20 km em território controlado pela Rússia no leste de Kharkiv a 7 de setembro, recuperando cerca de 400 km2 de terreno”, lê-se no documento. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro, passaram-se 197 dias.

Esta quinta-feira, o Presidente ucraniano disse que ao longo de uma semana, as tropas “libertaram” dezenas de localidades, recuperando mais de mil quilómetros quadrados de território que estava sob controlo das tropas russas.

Em Kherson, que a Ucrânia assumiu nesta quarta-feira querer recapturar até ao final do ano,  as operações “obrigaram as forças russas a mudar o seu foco para o sul, permitindo que as forças ucranianas lancem contra-ataques localizados, mas altamente eficazes, na área de Izyum”. O receio dos russos, escrevem os relatores Karolina Hird, Grace Mappes, George Barros, Layne Philipson e Mason Clark, é de que com este contra-ataque as linhas de comunicação terrestre sejam cortadas. Isso “permitiria que as tropas ucranianas isolassem os agrupamentos russos nessas áreas e retomassem grandes áreas do território”.

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O que aconteceu durante a noite?

  • A Rússia foi acusada de convocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU — sobre o fornecimento de armas à Ucrânia — , para desviar as atenções das denúncias de “campos de filtragem” contra cidadãos ucranianos.
  • A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, disse que ceder o controlo da central nuclear de Zaporijia à Ucrânia seria condenar a Europa e o mundo a uma “catástrofe nuclear”.
  • Um grupo de deputados municipais russos entregou esta quinta-feira na Câmara de Deputados uma petição para que acuse de alta traição o Presidente da Rússia por iniciar uma guerra na Ucrânia.
  • O chefe da Energoatom, operadora de energia atómica da Ucrânia, acusou a Rússia de tentar “roubar” a central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa, ao cortá-la da rede de energia ucraniana.
  • A Finlândia anunciou ter rejeitado o pedido da Turquia de reavaliar seis pedidos de extradição, uma exigência de Ancara para permitir a adesão do país e da vizinha Suécia à NATO.
  • A contra-ofensiva ucraniana está a “provar-se eficaz”, afirmou o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, no final de uma visita surpresa a Kiev. Durante um encontro com o Presidente da Ucrânia, Blinken atribuiu o progresso à “bravura incrível e resiliência dos ucranianos”.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros destacou a neutralidade de Moçambique como posição de paz sobre a guerra na Ucrânia, quase três meses depois de ter criticado quem é neutral. Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, em junho, tinha dito que “estar neutro é estar do lado do agressor”.
  • A Ucrânia e os seus apoiantes enfrentam um inverno “difícil” nos próximos meses, alertou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. “Temos de estar pelo menos preparados para este inverno porque não há sinal de que a Rússia vai desistir do seu objetivo de tomar controlo da Ucrânia”, disse à Associated Press.
  • A Ucrânia já atingiu mais de 400 alvos com os sistema de lançamento de foguetes HIMARS, fornecidos pelos EUA, disse o chefe do Estado-maior norte-americano. Segundo o general Mark Milley, é possível ver “ganhos reais e mensuráveis” com o uso destes sistemas.
  • A maioria dos menores ucranianos que fugiram da guerra para Portugal não estavam matriculados a poucos dias do início das aulas, alertou a Associação dos Ucranianos em Portugal, que apela para que todas as famílias o façam.

O que aconteceu esta manhã?

  • Corpo de britânico, trabalhador humanitário, revela sinais de tortura “indescritível”. Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, usa esse adjetivo para descrever os sinais de tortura encontrados no cadáver de um britânico, cujo corpo foi agora devolvido pelas forças russas. Trabalhador humanitário, Paul Urey tinha 45 anos e tudo aponta para que tenha morrido durante o cativeiro, em julho, depois de capturado por militares russos. A versão, do lado de Moscovo, é de que o britânico morreu de doença crónica e stress.
  • Pentágono anuncia esta quinta-feira nova transferência de armas para a Ucrânia. O valor ascende aos 675 milhões de dólares, segundo o Washington Post, que avança a notícia. Entre o material enviado encontram-se munições para o sistema lançador múltiplo de foguetes Himars, veículos e equipamentos para soldados.
  • Há mais 640 militares russos mortos, segundo os mais recentes números do Estado-Maior General das Forças Armadas da Ucrânia. Na quarta-feira, o número total subiu, com a soma de mais 640 militares russos, o que faz subir o total, desde o início da guerra, para 51.250 soldados mortos do lado russo. Como acontece todos os dias, a Rússia não confirma esta informação. As Forças Armadas da Ucrânia, segundo a mesma fonte, abateram duas aeronaves e dois helicópteros a 7 de setembro.
  • Ao longo de quarta-feira, o exército russo disparou cinco mísseis sobre a região de Kharkiv. O anúncio foi feito por Oleg Sinegubov, chefe da Administração Estatal Regional de Kharkiv, na rede social Telegram.
  • Bielorrússia começa exercícios militares junto à fronteira com a Polónia, segundo o próprio Ministério da Defesa bielorusso. O país deu início a exercícios militares junto à fronteira polaca para treinar “libertar território temporariamente tomado pelo inimigo”.
  • Piratas informáticos pró-Rússia “declaram guerra” ao governo japonês
  • União Europeia é o “parceiro fiável” de África frente à Rússia, considerou o Alto-Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, num artigo de opinião publicado no jornal queniano Daily Nation.
  • O mundo regrediu cinco anos com Covid-19, mas a guerra na Ucrânia pode piorar cenário, segundo as conclusões do relatório sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas.