Um líder indígena guarani-kaiowá, principal grupo étnico do sul do Brasil, foi morto a tiro na terça-feira no Mato Grosso do Sul, região onde os conflitos pela terra são frequentes, informaram as autoridades.
Victorino Sanches, de 60 anos, que tinha sobrevivido a um atentado contra a sua vida há pouco mais de um mês, foi assassinado no centro da cidade de Amambai, quando estava prestes a entrar num veículo.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o homem liderava a luta pela recuperação de terras numa área de conflito em Amambai, onde dois outros povos indígenas foram mortos desde junho.
O líder do grupo étnico guaraní-kaiowá conseguiu chegar vivo ao hospital, mas não resistiu aos cinco tiros nas costas, de acordo com o relatório médico.
O indígena tinha sido vítima de um ataque na mesma cidade a 2 de agosto, depois de atacantes terem disparado mais de 15 tiros contra o carro em que viajava, ferindo-o no braço e na perna.
Embora os conflitos fundiários sejam frequentes no Mato Grosso do Sul, a situação agravou-se nos últimos anos sob o Governo do Presidente, Jair Bolsonaro, que proibiu a demarcação de territórios indígenas e negligenciou reservas já reconhecidas, dando lugar a invasões de terras.
Segundo o Cimi, em 2021 foram registadas quase 1.300 invasões violentas das reservas dos povos indígenas.
Aumento da violência contra indígenas no Brasil preocupa Amnistia Internacional