O comando Aliu Camará, que foi amputado depois de um acidente enquanto estava em missão na República Centro Africana, foi promovido ao posto de segundo-cabo, informou esta sexta-feira o Exército, destacando-o como um “exemplo de superação pessoal”.

Numa nota à imprensa, o Exército escreve que entre os dias 19 e 23 de setembro decorreu, no Regimento de Comandos, o curso de promoção a cabo, “concluído com sucesso pelo, agora, Segundo-Cabo Aliu Camará”.

“O Segundo-Cabo “Comando” Aliu Camará, depois de ter sofrido um acidente em serviço ocorrido no desempenho de atividade operacional, optou pelo ingresso nos Quadros Permanentes das Forças Armadas ao abrigo do decreto-lei n.º 75/2021, continuando, com determinação inabalável, a servir Portugal e o Exército Português”, lê-se na nota.

O ramo salienta que “o exemplo de perseverança, superação pessoal e profissional do Segundo-Cabo Aliu Camará constitui um elemento de motivação para todos os que servem no Exército”.

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O curso concluído por Aliu Camará tem como objetivo habilitar os militares “com as competências transversais necessárias ao desempenho dos serviços associados ao posto de Cabo, tendo por finalidade manter a condição física, habilitar a operar equipamentos rádio, manusear armamento individual, bem como aplicar procedimentos de comando e de resolução de problemas”, acrescenta a nota.

A integração dos militares feridos em serviço nos quadros permanentes das Forças Armadas foi proposta pelos chefes militares após o comando Aliu Camará ter sofrido a amputação das duas pernas devido a um acidente de viação quando estava integrado na missão da ONU na República Centro Africana.

A 16 de agosto do ano passado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma que “estabelece o direito de opção” pelo ingresso nos quadros permanentes das Forças Armadas de militares feridos no “desempenho da atividade operacional”.

Na altura, numa nota divulgada na página da Presidência da República na internet, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “na sequência do acidente ocorrido na República Centro-Africana com o Comando Aliu Camará, os Chefes Militares propuseram e o Presidente da República e o Governo imediatamente concordaram” com a criação de um diploma que contemplasse o ingresso nos quadros permanentes.

O diploma foi aprovado a 12 de agosto desse ano em reunião do Conselho de Ministros e aplica-se aos militares que, no “desempenho de atividade operacional”, tenham sofrido um “acidente qualificado como ocorrido em serviço de que resulte um grau de incapacidade permanente igual ou superior a 60%, mas que permita o exercício de funções que dispensem a plena validez”.