O grande incêndio que atingiu a serra da Estrela, em agosto, provocou prejuízos na ordem dos 35 milhões de euros (ME) no concelho da Covilhã, segundo revelou esta sexta-feira o presidente da Câmara, Vítor Pereira.

Durante a sessão pública do executivo municipal, o autarca especificou que foi este o valor transmitido à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), estando incluídas as componentes municipal e privada.

Nas declarações aos jornalistas, já depois da reunião, o autarca ressalvou que o número global poderá ter de ser atualizado, porque algumas pessoas ainda estão a reportar prejuízos.

No que concerne aos prejuízos do Município, Vítor Pereira detalhou que estão em causa cerca de 12 milhões de euros, referentes a danos nas infraestruturas, na sinalética dos locais, nos rails de proteção e em estradas e caminhos.

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De acordo com os dados municipais, neste incêndio arderam cerca de 5.887 hectares, cerca de 10% da área total do concelho.

Questionado sobre os apoios que o Governo já anunciou para os grandes incêndios deste ano, Vítor Pereira referiu que se trata de “um bom início” e que as “expectativas são elevadas”.

São expectativas elevadas, não obstante termos os pés bem assentes na terra e sabermos que, infelizmente, há coisas de que não poderemos ser ressarcidos na íntegra”, disse, referindo-se à reposição de infraestruturas municipais, cujo financiamento será feito através do Fundo de Emergência Municipal, que só permite uma taxa de apoio até 60%.

Em relação aos restantes apoios, Vítor Pereira garantiu que a Câmara da Covilhã fará uma “monitorização” de todas as medidas que sejam abertas, não só para poder avançar com candidaturas próprias, mas também para auxiliar privados que tenham sido afetados pelo fogo.

O grande incêndio na serra da Estrela deflagrou no dia 6 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e rapidamente alastrou a outros concelhos da zona da serra da Estrela.

De acordo com os dados governamentais, este fogo consumiu 28 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), sendo que o Governo aprovou a declaração de situação de calamidade para este território, a qual vigora durante um ano.

No dia 15, o Governo também aprovou medidas no valor de 200 milhões de euros para aplicar nos concelhos com maior área ardida este ano em Portugal.

Da verba de 200 milhões de euros, “40 a 50%” é para os concelhos da serra da Estrela, segundo especificou, no dia 17, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

A governante detalhou que o pacote global abarca medidas de emergência, que devem estar no terreno até ao fim deste ano, e medidas de resiliência e competitividade, que devem ser implementadas até junho de 2023.

Além dos concelhos da serra da Estrela (Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia), também são elegíveis para estes apoios os municípios de Carrazeda de Ansiães (Bragança), Mesão Frio (Vila Real), Murça (Vila Real), Vila Real, Albergaria-a-Velha (Aveiro), Alvaiázere (Leiria), Ansião (Leiria) e Ourém (Santarém).