A tempestade perfeita apanhou a Seleção Nacional em cheio: Portugal cumpriu e goleou a República Checa em Praga, aproveitando a surpreendente derrota de Espanha em casa contra a Suíça para saltar para a liderança do grupo e ficar a apenas um empate com os espanhóis para marcar presença na final four da Liga das Nações.

Já dizia a canção: Dai Li Dalot, Diogo voa (a crónica do República Checa-Portugal)

Ou seja, feitas as contas, a Seleção tem agora 10 pontos no Grupo 3 da Liga A, sendo que Espanha tem oito, a Suíça tem seis e a República Checa somou quatro — em resumo, Portugal só precisa de um ponto contra os espanhóis, na próxima terça-feira e em Braga, para vencer o grupo e garantir o passaporte para a final four da competição. Um passaporte que já só perde se perder com a seleção de Luis Enrique.

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A equipa de Fernando Santos registou a 11.ª vitória em 17 jogos na Liga das Nações e igualou mesmo o melhor resultado na competição, repetindo a goleada que aplicou à Suíça em Alvalade já durante esta edição. Este foi mesmo o maior triunfo de sempre de Portugal contra a República Checa, sendo que nunca tinha marcado três ou mais golos em solo checo, e a Seleção tem agora o terceiro melhor ataque do torneio com 32 golos apontados.

Diogo Dalot bisou, naqueles que foram os primeiros golos do lateral do Manchester United pela Seleção Nacional, mas no final da partida estava mais satisfeito com a vitória da equipa. “O mais importante foi o bom jogo que fizemos coletivamente. Ainda podíamos ter feito melhor depois do terceiro golo, podíamos ter tido mais bola, mais calma para evitar alguns sustos perto da nossa baliza. Mas o resultado fala por si, fizemos um grande jogo e merecemos a vitória. Espanha perdeu? Boa! Mas o nosso pensamento vai ser o mesmo, quer a Espanha tivesse ganhado ou não. Vamos para o jogo em Braga para ganhar. Vai ser um jogo complicadíssimo mas vamos para ganhar, cientes de que vai ser complicado e de que vamos ter de fazer a nossa parte para estar na próxima fase”, defendeu o jogador formado no FC Porto.

Já Fernando Santos, na zona de entrevistas rápidas, mostrou-se contente com a segurança demonstrada pela Seleção. “A primeira parte foi competentíssima, não foi perfeita. Foi talvez dos jogos mais seguros que já fizemos. Já fizemos muitos jogos assim mas este teve muito controlo em todos os momentos, com exceção das bolas paradas defensivas. Nos cantos, voltámos a cometer uma ou outra perda de foco desnecessária. Eles entraram muito fortes e até criaram ali uma situação de perigo. É uma equipa muito possante, que empurra muito com muitos jogadores. Portugal teve altíssima qualidade a todos os níveis, circulação, posse e objetividade. A partir do terceiro golo, o jogo abrandou um pouco e é normal. Os treinadores não querem que seja assim mas, obviamente, temos de continuar. Temos de melhorar isso, na segunda parte perdemos o foco na segurança da bola. Temos de continuar à procura do golo. Fizemo-lo mas já muito à pressa”, começou por dizer o selecionador nacional, que revelou depois que pediu desculpa a Tiago Djaló por ter lançado João Mário e não o jovem central do Lille quando tirou Danilo.

“Tentei refrescar também e fazer alguma gestão em relação aos cartões amarelos, o que é normal. O jogo a partir daí correu um bocadinho aos solavancos. Foi de tal maneira que até a mim me aconteceu, estava para fazer a substituição do João Mário e era para sair o Rúben Neves para o poupar também um bocado em relação ao jogo. De repente, o Danilo fez-me sinal de que estava ali com um toquezito, tinha o Tiago Djaló ao pé de mim e nem me lembrei de nada. Já lhe pedi desculpa, é coisa que nunca faço. Já pedi desculpa ao Djaló porque era ele que devia ter entrado. Tenho absoluta confiança no Djaló mas naquele momento estava ali e aquilo de que me lembrei foi ‘vem o Palhinha para trás e tu vais para a direita’. Foi o que disse ao João Mário. Até nós próprios, às vezes… Isto é tão rápido que depois acontece”, confessou Fernando Santos, que este sábado celebrou oito anos ao comando da Seleção Nacional, tendo sido anunciado como substituto de Paulo Bento a 24 de setembro de 2014.