A Polícia Judiciária iniciou no início da tarde de terça-feira, 27 de setembro, a realização de buscas em diversas instalações do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no âmbito de uma investigação relacionada com irregularidades na gestão de pessoal, confirmou à Lusa fonte policial.

Em causa, avançou o jornal Público durante a noite, estará o pagamento de horas extraordinárias não realizadas pelas chefias — em alguns casos, apontam as denúncias, o esquema terá resultado na duplicação da remuneração.

Este pagamento de falsas horas extraordinárias terá acontecido em conivência com o Departamento dos Recursos Humanos, principal alvo da investigação. Na buscas, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), responsável pela investigação, procurou as escalas de serviço e documentos com registos  das atividades dos quadros superiores. Está também a ser investigada a falsificação de documentos (alguns profissionais declaravam trabalhar num local definido, apesar de não prestarem ai serviço) e crimes ligados à contratação pública no INEM — em 2020, gastou quase 200 milhões de euros, apesar de o quadro de pessoal, que contava com mais de 1900 lugares, ter cerca de 28% dos lugares vagos, o equivalente a 524 postos. Sede do INEM em Lisboa e delegações no Porto e Coimbra foram alvos das buscas.

Num comunicado a que o Observador teve acesso na terça-feira, 27 de setembro, o INEM confirma que as buscas estão relacionadas com “denúncias anónimas” e que “nenhum profissional foi constituído arguido“. A entidade garante que está a colaborar com as autoridades, “disponibilizando toda a documentação solicitada para que, com tranquilidade, possa ser analisada”.

Segundo informação divulgada pelo Correio da Manhã, as investigações “estão a ser direcionadas para as deslocações das ambulâncias, os trabalhos executados pelos funcionários, os horários e as presenças”.

Fonte da PJ disse à Lusa que a Judiciária está a desenvolver “diligências para a recolha de documentação em várias instalações do INEM”.

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