O regresso do Sporting aos Açores era também o regresso do Sporting a um local onde em parte começou o período fatídico da última temporada que condicionou depois a discussão do título, com uma derrota por 3-2 sem Rúben Amorim no banco a fechar a primeira volta que, a par do desaire caseiro com o Sp. Braga, criaram um fosso de seis pontos para o FC Porto que não mais voltou a ser recuperado. Agora, voltou tudo à “normalidade”. E os leões conseguiram o 12.º triunfo nos derradeiros 13 jogos com os açorianos.

Ele tinha avisado: os 22 minutos de terror não apagaram nada em Adán (a crónica do Santa Clara-Sporting)

Nuno Santos contribuiu com golos ou assistências pela quarta jornada consecutiva (neste caso um golo que fez o parcial 2-0 quase em cima do minuto 90), Morita voltou a marcar no reencontro com a antiga equipa e não festejou o golo inaugural por respeito aos açorianos, Ugarte cumpriu o jogo 50 pelos leões, Adán foi o melhor na partida que se seguiu ao desastre de Marselha e bateu o registo no atual Campeonato com um total de quatro defesas. No entanto, nem isso apaga aquele que é o principal calcanhar de Aquiles dos lisboetas: os muitos golos sofridos, neste caso outra vez nos descontos como tinha acontecido com o Gil Vicente na última ronda e tinha motivado uma conversa mais dura de Rúben Amorim no balneário.

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Com isso, o Sporting igualou a pior série de jogos seguidos a sofrer com o atual técnico (quatro encontros, entre janeiro e fevereiro de 2022) e leva já um total de 12 golos sofridos apenas em nove jornadas, algo que já não acontecia há mais de 15 anos desde a temporada de 2005/06 (13). E o técnico não passou ao lado dessa realidade, dando mérito ao Santa Clara mas admitindo muitas culpas próprias leoninas.

“Na primeira parte houve um Santa Clara organizado, muito fechado, com uma linha de seis e aí tivemos a paciência para chegar ao golo. Era complicado porque o Mário organizou a equipa à procura das transições e na primeira parte controlámos essa situação. Na segunda parte foi o contrário. Baixámos a intensidade e não se pode facilitar com ninguém. O Santa Clara, com muitas baixas e num momento difícil, soube crescer no jogo e a culpa também é nossa. Eles têm muito mérito, mas a culpa também é nossa porque devíamos ter igualada a intensidade e o querer. Eles quiseram mais do que nós, talvez eu não tenha conseguido transmitir a seriedade do momento ao intervalo. Quando baixamos a intensidade, tornamo-nos uma equipa normal…”, começou por admitir Rúben Amorim na flash interview da SportTV.

“O St. Juste não foi uma saída forçada, não houve lesão mas sentia o músculo carregado e nós estamos a fazer a gestão desses jogadores que voltam de lesão. Não fez pré-época, jogou pouco no ano passado e temos de ir aos poucos. Carregava bem a bola pela direita, o Inácio por ser esquerdino não faz tão bem isso. Não foi forçado por lesão mas foi por gestão”, explicou ainda sobre a saída do central neerlandês que tinha sido um dos melhores até à substituição também pela capacidade de saída com bola.

“Pela primeira vez não jogámos bem e ganhámos, houve vezes que jogámos bem e não tivemos o resultado que merecíamos. Hoje tivemos muitos problemas, não jogámos bem e o que temos de fazer é trabalhar e melhorar porque temos muito para fazer”, concluiu o treinador dos verde e brancos.