A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, chegou este domingo a Argel, acompanhada de 15 ministros, para uma visita que pretende dar “um novo e concreto impulso” à reconciliação iniciada em agosto pelos Presidentes dos dois países.
“O tempo dos mal-entendidos ficou para trás”, disse Borne ao portal de notícias argelino TSA antes da viagem.
Elisabeth Borne e o seu homólogo argelino, Aïmene Benabderrahmane, presidem ainda este domingo a uma reunião do Comité Intergovernamental de Alto Nível (CIHN), cuja última edição remonta a 2017, em que será debatida principalmente a “cooperação económica”.
Antes da chegada de Borne a Argel, o Presidente francês Emmanuel Macron conversou por telefone com o homólogo argelino, Abdelmadjid Tebboune, a quem pediu novamente a concretização de uma “parceria renovada e ambiciosa”, decidida há cinco semanas.
Não há nada previsto, durante esta visita de dois dias, sobre a delicada questão da memória da colonização e da guerra na Argélia.
Os Presidentes francês e argelino anunciaram em agosto a criação de uma comissão de historiadores que “ainda está em processo de constituição”, segundo Paris.
Elisabeth Borne almoçará na segunda-feira com o Presidente Tebboune, que assinou com Macron em 27 de agosto a “Declaração de Argel” em torno de seis áreas de cooperação bilateral.
No entanto, na delicada questão dos vistos, “as discussões ainda não terminaram”, segundo fonte oficial francesa.
Em agosto, os dois Presidentes abriram caminho para uma facilitação do regime de vistos concedidos à Argélia, em troca de uma maior cooperação de Argel no combate à imigração ilegal.
Esta questão envenenou a relação bilateral desde que a França reduziu para metade o número de vistos concedidos à Argélia, que foi então considerada impreparada para receber os seus cidadãos expulsos de França.