O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), no Porto, dispõe agora de dois equipamentos, orçados em 4,5 milhões de euros, destinados “a modernizar e potenciar a resposta a múltiplas patologias, particularmente na área oncológica”.
Trata-se de um Angiógrafo de Subtração Digital com TAC da Unidade de Radiologia de Intervenção, o primeiro na região Norte (existem dois em Lisboa, um no Hospital Curry Cabral e outro num hospital privado) e do Acelerador Linear do Serviço de Radioterapia, que foram inaugurados esta terça-feira, com a presença do secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre.
Em declarações aos jornalistas, a diretora clínica do CHUSJ, Maria João Baptista, explicou que a “grande mais valia” que o Angiógrafo de Subtração Digital com TAC, traz é “a precisão do procedimento”.
“Conseguimos ser mais precisos, mais eficazes a localizar exatamente o local onde estão as lesões. Permite, em simultâneo, compararmos de imediato no mesmo espaço físico as imagens da TAC de controlo e, se for necessário, voltar a intervir, o que permite ganhar muito tempo, fazer procedimentos muito mais complexo e, sobretudo, com menos risco e menos complicações para os doentes”, disse Maria João Baptista.
De acordo com a responsável, “as áreas onde vão ser mais utilizadas são as cirurgias vasculares, a neurorradiologia de intervenção e a radiologia de intervenção”.
“Estas três especialidades que já fazem habitualmente este tipo de procedimentos vão poder fazer tratamentos mais complexos, de uma forma mais eficaz e mais rápida, por exemplo no tratamento de aneurisma vascular e patologias oncológicas, evitando, nalguns casos, a cirurgia”, sustentou.
A neurorradiologia de intervenção também permite que se façam procedimentos de uma forma mais eficaz. Sobre o Acelerador Linear, Maria João Baptista esclareceu que este equipamento vai permitir “o tratamento de doentes oncológicos, para realização de radioterapia, de uma forma que é muitíssimo precisa e eficaz”.
“Permite-nos situar exatamente o local onde está o tumor, o que permite que o próprio equipamento faça uma mobilização do doente muito mais precisa, colocando-o na posição onde é necessário libertar a energia da radioterapia. Assim, a energia da radioterapia é libertada exclusivamente no local onde está o tumor; disse.
Segundo a diretora clínica do CHUSJ, esta precisão evita que tecidos saudáveis ao redor do tumor sejam atingidos.
“Isto significa que as complicações associadas à radioterapia decrescem de uma forma muito substancial”, acrescentou.