O ministro das Infraestruturas diz que não se importa que o tema da TAP lhe “fique agarrado à pele” quando sair de funções e deu uma resposta a André Ventura — no debate sobre a privatização da empresa –, que mostra a confiança que tem no seu próprio futuro político: “Garanto-lhe que vai sair deste Parlamento e eu ainda cá vou estar”. Na primeira intervenção, esta quinta-feira, o líder do Chega tinha colado a Pedro Nuno Santos o rótulo de “enorme fragilidade política”, remetendo para as desautorizações feitas pelo primeiro-ministro no dossiê do aeroporto de Lisboa.
“Está aqui sem apoio de ninguém” do Governo, atirou o líder do Chega. E acrescentou: “Se alguém lhe quer tirar o tapete não é o Chega, nem a IL, nem o PSD. Esse tapete é tirado por António Costa e por dois terços da bancada socialista”. Aproveitando o tema do debate para fazer do ministro das Infraestruturas um alvo, André Ventura questionou quanto tempo Pedro Nuno Santos iria ser ministro, concluindo que “o desastre da gestão do dossiê TAP vai levar sempre consigo”.
Na resposta a André Ventura, Pedro Nuno Santos começou por destacar que o “Chega é diferente” face aos argumentos usados pelos outros partidos da oposição sobre a intenção de privatizar a TAP depois de a ter nacionalizado. “O que fez aqui não foi populismo, foi enganar o povo português”, disse o ministro das Infraestruturas. Pedro Nuno Santos devolveu depois as perguntas ao líder do Chega: “Mantém a intenção de salvar a TAP ou não e aí não pode dizer o que disse?”
O debate sobre a venda TAP foi pedido com urgência pelo PSD depois de o primeiro-ministro ter admitido que queria avançar com a privatização nos próximos 12 meses. Mas a discussão acabou por ser dominada por troca de acusações entre socialistas e social-democratas sobre as culpas da privatização falhada (de 2015, diz o PS) e da nacionalização (falhada de 2020, diz o PSD).