Depois da derrota com o Desp. Chaves, que deixava o Sporting com apenas quatro pontos noutros tantos jogos no Campeonato, era o próprio Rúben Amorim que assumia ser o momento mais complicado desde que tinha chegado a Alvalade. Com alguns triunfos importantes na Primeira Liga e duas vitórias a abrir a fase de grupos da Champions, esse momento foi-se esbatendo mas até alguns sucessos deixavam muitas dúvidas sobre a real fase dos leões, que em vários casos foram caindo e perdendo por culpa própria. Agora, na Taça de Portugal, o filme repetiu-se e de forma decisiva: há menos uma prova como objetivo.

Noite para esquecer? Não, para recordar. E com Paulinho sem marcar mas a assistir para a crise (a crónica do Varzim-Sporting)

Com o desaire frente ao Varzim, os leões averbaram a segunda derrota consecutiva, a terceira nos últimos quatro encontros e a quarta nas derradeiras seis partidas, sendo que este foi também o quinto jogo seguido em que a equipa verde e branca sofreu golos. Com isso, o Sporting caiu no primeiro compromisso da Taça de Portugal pela 11.ª vez na história e contra um conjunto do terceiro escalão apenas pela terceira vez, após o surpreendente desaire dos Cinco Violinos com o Tirsense em 1949 e frente ao Alverca em 2019. Também por isso, e na fase de agradecer aos muitos adeptos que marcaram presença no Estádio Cidade de Barcelos, os jogadores ouviram o “Joguem à bola” como há muito não se via na realidade leonina.

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“O Sporting perde porque demonstrou incapacidade de marcar golos, com um caudal ofensivo que seria normal contra uma equipa muito bem organizada mas tivemos mais do que situações para definir melhor, para fazer melhor. Depois, qualquer bola está lá dentro, está na nossa baliza. É um bocado a história do Campeonato… Parabéns ao Varzim e temos de levantar a cabeça e olhar para as competições que aí vêm e faltam”, começou por dizer Rúben Amorim na zona de entrevistas rápidas da SportTV.

“Houve sempre muitos jogadores do Varzim mas também incapacidade dos nossos jogadores. Chegar lá tantas vezes, em algumas situações com muito tempo para preparar o cruzamento e temos de ser melhores. Não há muito a dizer, não há grande volta a dar. Com tanta situação, temos de fazer melhor. Ou é o timing, ou é a pancada na bola, ou é o primeiro ou segundo poste, ou é atrasado… Temos de ser melhor e não fomos”, prosseguiu o técnico dos verde e brancos, antes de endurecer as críticas no plano interno.

“Com todo mérito que o Varzim teve, não podemos jogar com uma equipa do terceiro escalão e estar a falar de falta de opções. Portanto nem vamos estar a falar nisso, nem quero tocar nesse ponto. Temos de ser melhores e em qualquer lance de perigo, mesmo quando temos os jogos controlados, nasceu um golo e nós incapacidade para depois marcarmos. É a história do que tem sido esta época, há que melhorar… Claro que é duro, sou treinador do Sporting, são momentos que marcam e são inadmissíveis. Portanto, todos temos que aceitar isso, são momentos inaceitáveis que podem acontecer na Taça mas temos de ser melhores”, concluiu Rúben Amorim, visivelmente desagradado com a derrota e com a exibição da equipa.

“Tem sido uma época complicada e nós sabemos o que estamos a passar. Temos de ser campeões e no sábado temos mais um jogo para dar a volta a esta má fase. É o momento mais sensível desde que estou no clube. Caímos no chão mas vamos reerguer este clube”, comentou também Pedro Gonçalves à Sport TV, sem grandes explicações para a surpreendente derrota: “Temos de continuar a treinar mais e procurar mais o golo chegando com mais homens à área. Isto mexe com todos e temos de ganhar jogos”.