O vereador do Ambiente na Câmara de Braga admitiu esta segunda-feira que “há dúvidas” acerca da perigosidade dos resíduos de uma antiga fábrica de reciclagem de alumínios em Dume, sublinhando que uns dizem que são escórias, outros simplesmente inertes.

Segundo Altino Bessa, o assunto está nas mãos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A APA considera que em causa estão “escórias”, enquanto um estudo da Universidade do Minho diz que são simplesmente inertes”, referiu.

Em causa a antiga fábrica de reciclagem de alumínios Alpor, que deixou o concelho de Braga em 2008.

O assunto foi esta segunda-feira levado a reunião de câmara por um munícipe, que questionou o executivo acerca das medidas tomadas para acabar com aquela situação.

A Câmara não tem legitimidade, verbas e responsabilidade [para resolver o problema]”, referiu Altino Bessa.

No local ficaram centenas de toneladas de alegadas escórias salinas, que estão depositadas a céu aberto, no logradouro da empresa, e que se teme sejam nocivas para a saúde pública e para os lençóis freáticos.

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“Nem sei quanto custaria a operação de remoção, se forem escórias podem ser uns milhões de euros”, acrescentou Altino Bessa.

Disse ainda que a Câmara tem feito uma série de contactos junto da APA, tendo este organismo respondido, em novembro de 2020, que o assunto está a ser acompanhado pelo seu departamento de resíduos.

Em 2015, quando era deputado na Assembleia da República, Altino Bessa questionou o Ministério do Ambiente sobre o assunto, dando conta da existência de “vários tipos de resíduos perigosos” e de “toneladas de escórias sobre o solo não impermeabilizado, com riscos para os moradores e o ambiente”.

Acrescentava que os perigos são “potenciados pela proximidade de habitações e inexistência de vedações” e falava em “grave problema ambiental”.