A eficiência dos sistemas de rega dos agricultores, sobretudo a sul do Tejo, melhorou “consideravelmente” nos últimos anos, graças a uma medida inscrita no Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), argumentou esta terça-feira um responsável do setor.

“A evolução é positiva, ou seja, os sistema de rega melhoraram consideravelmente com esta medida”, disse esta terça-feira à agência Lusa o presidente da direção do Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR), Gonçalo Morais Tristão.

O COTR é um centro sediado em Beja desde 1999 para ajudar a transformar a agricultura de sequeiro em regadio, aquando da construção do Alqueva, e reconhecido pelo Ministério da Agricultura, desde 2018, como Centro de Competências para o Regadio Nacional.

À margem de um congresso na cidade alentejana, Gonçalo Morais Tristão, lembrou que, ao longo da sua existência, o COTR tem tido “muita preocupação com os temas do uso eficiente da água”, contando com técnicos que “se dedicam a ajudar o agricultor na gestão da rega das suas culturas”.

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Perante as alterações climáticas e as secas cada vez mais recorrentes e graves, como a deste ano, estes são temas na ordem do dia, mas já desde há anos que o centro desenvolve projetos para melhorar a eficiência do regadio.

Um desses exemplos, apontou o também dirigente da Federação Nacional de Regantes (FENAREG), é “a medida do Uso Eficiente da Água”, no âmbito do PDR, que “o COTR ajudou a implementar”, assim como outras entidades por todo o país.

“Os agricultores que se inscreviam tinham alguns compromissos em termos de rega e tinham que ter determinado tipo de poupança e usar determinados equipamentos e o COTR era uma das entidades que controlava esses compromissos e verificava os sistemas de rega”, relatou.

A medida, “apesar de ser nacional, vingou mais a sul do Tejo” e o COTR teve sob sua responsabilidade “uma boa parcela” de agricultores no Alentejo, sobretudo na área do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA), mas também “agricultores do Sorraia (distrito de Santarém) e o perímetro de rega da Idanha-a-Nova (Castelo Branco)”.

“O balanço é bom porque houve uma evolução muito positiva na eficiência dos sistemas de rega dos agricultores, ou seja, durante estes sete anos, os sistemas foram melhorando, muito ajudados por esta medida do PDR”, argumentou Gonçalo Morais Tristão.

O COTR, em parceria com várias entidades públicas e privadas, está a promover, até quinta-feira, o IX Congresso Nacional de Rega e Drenagem, no Instituto Politécnico de Beja.

O fórum de debate tem como tema “A Sustentabilidade do Regadio – Desafios e Oportunidades” e inclui mesas-redondas com especialistas, convidados, apresentação de projetos de investigação aplicada e outras iniciativas.