O Credit Suisse, que tem estado no centro de uma série de escândalos e dúvidas sobre a sua viabilidade, anunciou esta quinta-feira um aumento de capital e um plano de reestruturação que prevê a saída de 9 mil trabalhadores. No dia em que apresentou um prejuízo de quatro mil milhões de francos suíços em prejuízos, no terceiro trimestre, o banco anunciou um aumento de capital de exatamente do mesmo valor, garantindo que esse reforço vai permitir ao banco executar este “plano para o sucesso”.

O banco tem estado nas manchetes da imprensa financeira internacional, nas últimas semanas, com as ações a perderem mais de metade do valor desde o início do ano. Mais recentemente, a pressão agudizou-se por se terem gerado receios sobre a solvabilidade do banco, tornando inevitável que viesse a ser anunciado um aumento de capital – como agora se confirmou.

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As ações estão a reagir muito negativamente, com uma queda de 15% só nesta sessão, numa reação ao anúncio do aumento de capital.

O plano de reestruturação prevê a saída de 2.700 pessoas até ao final do ano (5% do atual número de funcionários) mas até ao final de 2025 a intenção é que se atinja uma redução de 9 mil trabalhadores, para 43 mil.

Nos planos está, também, uma autonomização da área de banca de investimento, que tem estado no centro da maior parte dos problemas do banco. Vai ser criado o CS First Boston, que irá receber essas operações de consultoria de investimento e operações em mercado de capitais, e o capital dessa entidade será aberto a outros investidores – ao passo que o Credit Suisse vai voltar a focar-se mais na banca privada, para servir os clientes mais abastados.