A Alsa Todi, empresa de transportes públicos rodoviários na Península de Setúbal, anunciou esta sexta-feira um reforço de 74 novos motoristas, que se juntam aos mais de 300 da sua equipa, alguns dos quais já em formação.

Segundo a empresa, entre os novos motoristas estão 61 contratados em Cabo Verde, que estavam há algum tempo a aguardar a emissão de vistos pelas autoridades portuguesas, de forma a poderem viajar para Portugal e iniciar o período de formação, que tem “uma duração média de duas semanas”.

Alsa Todi contratou 20 motoristas e tem mais 61 à espera de visto em Cabo Verde

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O presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), afirmou na quarta-feira, na reunião quinzenal do executivo camarário, que 60 motoristas já tinham obtido o visto das autoridades portuguesas e que deveriam viajar nos próximos dias para Portugal.

Na reunião, o autarca setubalense revelou também que a Alsa Todi, que tem tido grandes dificuldades em assegurar as carreiras e os horários contratualizados com a Carris Metropolitana, terá informado o município de que esperava ter o “serviço regularizado no próximo dia 2 de novembro”.

André Martins mostrou, no entanto, algumas reservas quanto à possibilidade de a empresa conseguir cumprir o contrato já no início de novembro, face ao histórico de incumprimentos desde que iniciou a atividade, em junho.

Confrontada pela agência Lusa com as revelações do autarca setubalense, a Alsa Todi não fez qualquer comentário nem esclareceu se considerava já ter reunido as condições necessárias para a efetiva regularização do serviço já em novembro.

Quanto à contratação de motoristas em Cabo Verde, a Alsa Todi alega que “teve de recorrer a profissionais fora do país tendo em conta a falta de mão-de-obra especializada em Portugal” e reconheceu o “empenho das autoridades portuguesas” neste processo.

A Alsa Todi reconhece o empenho das autoridades na emissão de vistos em relação aos novos motoristas oriundos de Cabo Verde, aproveitando a possibilidade dada pelo diploma [aprovado recentemente pelo Governo português] relativo ao uso em Portugal das cartas de condução por parte dos detentores de títulos emitidos pelos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa”, acrescenta a empresa de transportes públicos rodoviários da Península de Setúbal.

No passado dia 1 de outubro, centenas de utentes da Alsa Todi protestaram, no Montijo e em Setúbal, contra a alegada falta de informação por parte da empresa, supressão de carreiras e incumprimento de horários.

A 19 de outubro, a Alsa Todi anunciou a contratação de 20 motoristas em território nacional, de forma a melhorar o serviço prestado, adiantando que tinha mais 61 motoristas já contratados em cabo Verde, que estavam ainda a aguardar a emissão de vistos.

A Alsa Todi admitiu também que o quadro de motoristas necessários ainda não estava totalmente preenchido, mas garantiu que nas primeiras semanas de outubro já tinha havido uma “melhoria substancial” do serviço prestado pela empresa.