O primeiro-ministro admitiu esta sexta-feira na reunião do Conselho de Estado que o “grande objetivo” do Governo é ter “uma dívida pública abaixo de Espanha e da França” até 2024, segundo contaram fontes presentes ao Observador. António Costa teve uma postura descrita como “otimista”, segundo relatos feitos ao Observador, que contrasta com as opiniões dos conselheiros Cavaco Silva (ex-Presidente da República) e Miguel Cadilhe (ex-ministro das Finanças), que defenderam que o país devia crescer mais.

O conselheiro presidente do PS, Carlos César, defendeu António Costa, lembrando que o país está a crescer acima da média europeia. Logo na intervenção inicial, o primeiro-ministro também tinha puxado de dados do Banco de Portugal — liderado pelo seu ex-ministro das Finanças, Mário Centeno — para dizer que apesar das preocupações com a área do crédito habitação, a situação não é tão dramática como dizem vários analistas. Mais uma vez, o otimismo. O chefe de Governo destacou ainda o aumento do investimento privado nos primeiros seis meses do ano.

Os conselheiros foram unânimes na preocupação com os efeitos da Guerra da Ucrânia, com a inflação alta e com a coesão social, que consideram essencial.

O Presidente da República centrou a sua intervenção final numa posição muito próxima do comunicado que acabou por sair (ver em baixo), sintetizando a situação interna e manifestando a preocupação com o crescimento do País. A intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa foi também muito virada para a análise da situação internacional, falando não apenas sobre a Guerra na Ucrânia, mas também por outros eventos como as eleições intercalares nos EUA.

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Marcelo Rebelo de Sousa anunciou ainda que o próximo Conselho Estado será a 13 de dezembro e terá como tema as questões europeias.

Conselheiros pressionam Governo em comunicado

No comunicado público, os conselheiros de Estado defenderam “políticas que permitam mitigar a inflação e seus efeitos e incentivar o crescimento”. Essas mesmas medidas, alertam os conselheiros, devem ter como “preocupação o combate à pobreza, a diminuição das desigualdades sociais e bem-estar dos cidadãos”.

Os conselheiros de Estado — numa curta nota, como é habitual — defendem que essas políticas de combate à inflação devem conjugar as “exigências prementes de curto prazo com perspetivas de médio e longo prazo.”

O Conselho de Estado reuniu esta sexta-feira tendo como objetivo a “análise sobre a situação económica e social em Portugal”.

Artigo atualizado às 19h52 com informações sobre o que se passou no Conselho de Estado