Os CTT garantem que a greve que esta segunda-feira se iniciou na empresa está a ter uma adesão “fraca” de cerca de 14,8%, mas os sindicatos apontam para 67,5% tendo em conta os dados disponíveis ao início da tarde.

Num comunicado, os CTT indicaram que, “tendo procedido ao levantamento dos colaboradores aderentes à greve geral”, apuraram uma taxa efetiva de adesão de 14,8%, sem impacto expressivo na atividade da empresa”.

Contactado pela Lusa, Victor Narciso, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) apontou, por sua vez para uma adesão de 67,5% tendo em conta os dados que a estrutura tinha, ainda parciais.

Os CTT garantiram que “nos Centros de Tratamento todo o trabalho foi assegurado e prestado dentro da normalidade, não tendo esta paralisação tido impacto na atividade e operação” e que “não se sentiu qualquer interrupção do serviço aos clientes, não se tendo verificado até agora nenhuma perturbação relevante nos centros de distribuição postal”.

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Paralelamente, “no respeitante às lojas CTT, a greve também não afetou o serviço, mantendo-se todas as Lojas CTT abertas ao público e a funcionar com normalidade”, sendo que, “dada a baixa adesão a este primeiro dia de greve, a empresa espera que a maioria da população e dos clientes não venham a sentir qualquer efeito“, disse a empresa.

De acordo com o comunicado, “nos locais onde eventualmente possam surgir alguns constrangimentos, os CTT irão fazer tudo para minimizar eventuais impactos e, dentro do plano de contingência preparado, caso seja necessário, poderá ser realizada distribuição na terça-feira, feriado, ou no sábado seguinte de forma a manter a sua operação dentro da normalidade”.

O grupo garantiu que respeita “o direito à greve, previsto na Constituição da República Portuguesa, um direito inalienável na forma de expressão de todos os trabalhadores”, mas reiterou que não pode “deixar de estranhar e repudiar as datas escolhidas pelos sindicatos promotores da greve para a sua realização, numa semana com um feriado e aproveitando uma ‘ponte’ — como já se tornou habitual nas greves anteriores”.

“Assim, os CTT condenam e lamentam veementemente a greve convocada para o dia 31 de outubro e 02 de novembro, repudiam as razões para a sua realização e agradecem a enorme dedicação revelada na resposta à sua convocação”, rematou.

Em 7 de outubro, os sindicatos que representam os trabalhadores dos CTT avançaram com uma proposta de greve nos dias 31 de outubro e 2 de novembro, em protesto pelos “7,50 euros de aumento imposto” pelo grupo aos funcionários, segundo um comunicado.

Na nota, divulgada pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), as estruturas disseram que “os 7,50 euros de aumento mensal imposto unilateralmente em 2022 a cada trabalhador continuam a ser um gozo com quem trabalha e mantém a empresa a funcionar”.

Os sindicatos referiram que “os CTT aumentaram os preços num mínimo de 6,8%, enquanto impunham unilateralmente um aumento de 7,50 euros a cada um dos seus trabalhadores”, sublinhando que “em setembro de 2022 a inflação galgou para os 9,3% segundo o INE”.

Em junho, os trabalhadores dos CTT já estiveram em greve também devido às atualizações salariais.