No terceiro trimestre do ano, de julho a setembro, a economia portuguesa cresceu 0,4% face ao trimestre anterior, segundo a estimativa rápida divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Comparando com o 2º trimestre de 2022, o PIB aumentou 0,4% em volume, mais 0,3 pontos percentuais que o registado no trimestre anterior”, refere o INE, que explica que “o contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB passou a positivo, destacando-se o crescimento do consumo privado apesar da aceleração dos preços no consumidor, enquanto o contributo da procura externa líquida foi inferior ao observado no trimestre precedente”.

Os economistas que costumam fazer projeções sobre a evolução do PIB dividiam-se entre uma contração de 0,5% (como o núcleo de estudos de economia da Católica) e um crescimento de 0,8% (como o Banco Carregosa).

Os números agora divulgados representam uma aceleração face ao segundo trimestre do ano, altura em que a economia tinha estabilizado, depois de ter crescido 2,5%, em cadeia, nos primeiros três meses.

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Já em termos homólogo, o PIB cresceu 4,9% no terceiro trimestre, uma desaceleração face aos 7,4% de variação homóloga no trimestre anterior. O INE refere que o contributo da procura interna para a variação do PIB decresceu no terceiro trimestre, “verificando-se uma desaceleraçaõ do consumo privado e do investimento”.

“O contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB também diminuiu, traduzindo a desaceleração das Exportações de Bens e Serviços, em volume, mais intensa que a das Importações”, refere o instituto.

Para este ano, o Governo projeta um crescimento homólogo de 6,5%, o mesmo que a Comissão Europeia, enquanto o FMI aponta para 6,2% e o Conselho das Finanças Públicas e o Banco de Portugal, mais otimistas, estimam 6,7%.

Europa cresce, mas ligeiramente menos do que Portugal

O PIB na União Europeia e na Zona Euro também subiu ligeiramente em cadeia, neste caso 0,2% em termos médios, afastando os receios de entrada em recessão. Os dados constam numa estimativa provisória divulgada esta segunda-feira pelo Eurostat, o gabinete de estatísticas da UE. Trata-se de uma desaceleração face ao segundo trimestre de 2022, altura em que o PIB subiu 0,8% na Zona Euro e 0,7% na UE.

Apesar do aumento modesto em Portugal, o país está no grupo de Estados que mais cresceram em cadeia e é apenas ultrapassado pela Suécia (0,7%) e pela Itália (0,5%), estando ao mesmo nível da Lituânia. Já na Letónia (-1,7%), na Áustria e na Bélgica (-0,1%) foi registada uma contração.

Um dos receios prendia-se com a prestação da Alemanha, que escapa à entrada em recessão, ao registar um crescimento do PIB muito semelhante ao português, de 0,3%.

Já em termos homólogos, a economia subiu 2,1% na Zona Euro e 2,4% na UE, um crescimento mais baixo do que o registado no trimestre anterior (4,3% em ambos os casos).