Os coordenadores técnicos da carreira geral de assistente técnico que estão na primeira posição remuneratória vão, afinal, ter direito ao salto de um nível remuneratório, que lhes dará, em conjunto com a subida salarial transversal, um aumento de 104 euros brutos em 2023. A proposta do Governo é uma cedência muito parcial às reivindicações dos sindicatos, uma vez que de fora ainda ficam vários trabalhadores da mesma categoria que estão em posições salariais superiores.

À saída da reunião com o Governo, esta quarta-feira, Helena Rodrigues, líder do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), disse que propôs à secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, que todos os coordenadores técnicos fossem abrangidos pelo salto de um nível remuneratório — tal como todos os trabalhadores que estão na categoria de assistente técnico.

Mas o Governo apenas se terá comprometido a dar essa valorização aos coordenadores técnicos que estão na primeira posição remuneratória (ou seja, os que hoje ganham 1.163,82 euros). Para estes trabalhadores, significa um salto adicional de 52 euros, que se junta ao aumento salarial no mesmo valor que é transversal a vários funcionários públicos. Ou seja, em 2023, terão um aumento de 104 euros brutos.

“O Governo está só disponível para a primeira posição, pode ser que evolua entretanto”, indicou Helena Rodrigues, que diz não ter informação de quantas pessoas serão abrangidas. O Observador questionou o Ministério da Presidência, que tutela a função pública, mas aguarda resposta. Em causa estão, sobretudo, trabalhadores das autarquias.

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Na última reunião, o Governo tinha proposto que o extra de 52 euros pelo salto adicional na carreira se aplicasse à “categoria de assistente técnico” e não à “carreira de assistente técnico”. Essa formulação deixa de fora muitos trabalhadores uma vez que a carreira de assistente técnico é formada por duas categorias — a de assistente técnico, que é abrangida pelo bónus; e a de coordenador técnico que, disse na altura o Governo, não seria abrangida. Agora, segundo o STE, apenas serão incluídos os coordenadores técnicos da primeira posição. Esta valorização é um complemento ao aumento salarial transversal à generalidade dos funcionários, de pelo menos 52 euros em janeiro.

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