A presidente da associação criada para dar visibilidade ao desaparecimento de pessoas durante a ditadura argentina Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, morreu hoje, aos 93 anos, noticiou a imprensa argentina.

Bonafini é mãe de dois filhos desaparecidos durante a ditadura, tendo criado a organização para agregar mães de prisioneiros desaparecidos durante o autodenominado Processo de Reorganização Nacional, a ditadura que governou a Argentina entre 1976 e 1983.

O seu filho mais velho, Jorge Omar, foi sequestrado e desapareceu em 8 de fevereiro de 1977, em La Plata, tendo, em 6 de dezembro do mesmo ano acontecido o mesmo ao seu outro filho, Raúl Alfredo, em Berazategui.

Em 25 de maio de 1978, desapareceria também a sua nora, María Elena Bugnone Cepeda, mulher de Jorge.

Hebe de Bonafini tornou-se uma ativista e defensora dos Direitos Humanos na Mães da Praça de Maio que, entretanto, se transformou numa organização com perfil político e descrita pela própria presidente como “um projeto de libertação nacional e popular”.

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A Mães da Praça de Maio administra, desde 2008, o chamado Centro Cultural Nuestros Hijos (Nossos Filhos), no antigo campo de concentração da Escola Superior de Mecânica da Armada, em Buenos Aires.

Bonafini foi internada em outubro no Hospital Italiano, da cidade de La Plata, para realização de exames médicos, mas recebeu alta em 13 de outubro, informou a agência de notícias argentina Télam.

O Governo de Buenos Aires decretou três dias de luto nacional pela morte de Hebe de Bonafini, que classificou de “lutadora incansável pela defesa dos direitos humanos”.