Grant Wahl, jornalista norte-americano, revelou ter sido detido pelas forças de segurança do Estádio Ahmad bin Ali antes do jogo entre EUA e País de Gales, da primeira jornada do grupo B do Campeonato do Mundo de futebol no Qatar. Tudo por causa de uma camisola com um arco-íris, símbolo de apoio à comunidade LGBTQIA+, num país em que a homossexualidade é crime.

“O que aconteceu quando a segurança do Campeonato do Mundo me deteve durante 25 minutos por usar uma t-shirt de apoio aos direitos LGBTQ”, escreveu na sua conta no Twitter o enviado do canal norte-americano CBS Sports ao Qatar,  numa mensagem acompanhada por uma fotografia em que aparece a vestir a referida camisola.

O relato do sucedido continua na página do jornalista na plataforma de partilha de conteúdos Substack. Num extenso texto, Grant Wahl diz que os seguranças o abordaram “com raiva” ordenando-lhe que despisse a peça de roupa em causa. “Tens de mudar de t-shirt. Essa não é permitida!”, é a frase que o jornalista garante ter ouvido. Indignado, partilhou o incidente no Twitter (uma primeira vez). E foi aí que, conta, lhe tiraram o telemóvel “à força das mãos”.

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Ainda segundo Wahl, um dos seguranças que o manteve detido disse-lhe que a camisola que envergava era “política” e não era “permitida”. Outro assegurou-lhe que tudo se podia resolver facilmente, bastando para isso mudar de roupa.

Andrew Das, jornalista do New York Times, terá sido igualmente detido porque, ao passar na zona, interrogou o amigo sobre o que se estava a passar. Os colegas de profissão estavam juntos quando um dos seguranças levantou Wahl e o virou para uma câmara de vídeovigilância. Pouco depois, de acordo com o relato do jornalista, um chefe dos seguranças surgiu, libertou-o e pediu-lhe desculpas – gesto repetido por um representante da FIFA. Um outro garantiu ao norte-americano que tudo o que tinha sido feito tinha como objetivo “protegê-lo” de adeptos que o poderiam querer “magoar” por causa da t-shirt.