É algo a que nem sequer estamos propriamente habituados: à segunda jornada, ainda com um jogo por disputar, Portugal está apurado para os oitavos de final do Mundial do Qatar com duas vitórias asseguradas e seis pontos conquistados. A Seleção Nacional venceu o Uruguai esta segunda-feira e tornou-se a terceira equipa apurada para a fase seguinte, juntando-se a França e Brasil.

Bruno cheira, Diogo ouve e Ronaldo nem precisa tocar: esta é uma equipa com sentidos (a crónica do Portugal-Uruguai)

Esta foi apenas a segunda vez que Portugal garantiu o apuramento para os oitavos de um Mundial à segunda jornada — a outra foi em 2006, quando chegou às meias-finais e ficou no quarto lugar. A Seleção venceu o Uruguai pela primeira vez na história e também não alcançava dois triunfos seguidos num Campeonato do Mundo desde a edição de há 16 anos, podendo agora olhar para a última jornada contra a Coreia do Sul sem pressão adicional.

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Na zona de entrevistas rápidas, na primeira reação à passagem aos oitavos de final, Fernando Santos defendeu que esta foi uma “vitória merecida”. “Um ou outro período menos coeso mas acho que a primeira parte já está, já estamos apurados. Agora é trabalhar para melhorar o que é preciso melhorar. É melhor a gente ter calma”, explicou o selecionador nacional, que deu explicações mais detalhadas sobre a exibição portuguesa na conferência de imprensa.

“Nós ainda não passámos no primeiro lugar, não está garantido. O Gana ainda tem uma palavra a dizer. Mas queremos ficar em primeiro. Cruzar com o Brasil nos oitavos? Se tivéssemos de jogar… O meu desejo e o desejo do Brasil é que nos encontremos mais tarde, esperemos que sim. Temos uma forte probabilidade de acabar em primeiro e vamos encarregar-nos disso também. Mas não só pela questão do Brasil, é porque queremos ser primeiros”, atirou o selecionador nacional.

Mais à frente, o treinador analisou a partida. “O Uruguai entrou a pressionar muito forte. Tivemos muitas dificuldades para circular bem a bola mas depois conseguimos libertar-nos, ganhar espaços e controlar a partida. Tivemos algumas situações boas. A equipa estava bem agrupada, a não permitir que a equipa do Uruguai fizesse aquilo que faz muito bem, que é a transição defesa-ataque, a transição ataque-defesa, o ataque rápido”, considerou Fernando Santos, que assumiu que os 15 minutos finais foram “mais difíceis” graças ao “mérito da equipa do Uruguai, que tem muita qualidade nos seus jogadores”.

“Ao intervalo disse aos jogadores que era preciso entrar no nosso registo normal. Acho que o fizemos muito bem na segunda parte. Acabámos por vencer o jogo de forma justa. Esta equipa, com a capacidade que tem de circulação de bola, tem de empurrar o adversário e obrigá-lo a jogar mais perto da sua baliza”, detalhou, garantindo que não vai fazer revoluções no onze inicial contra a Coreia do Sul. “Um ou outro jogador, se calhar, vai precisar de recuperar melhor. Vamos ver o estado físico dos jogadores. Mas tentamos entrar em todos os jogos para ganhar, não temos por princípio facilitar. Tenho confiança em todos os meus jogadores”, disse o selecionador nacional.

Por fim, o treinador revelou que Nuno Mendes sentiu uma “espécie de contratura muscular”. “Se o jogador reagiu rápido ao que sentiu pode não ser tão complicado. Mas vamos deixar passar estas 24 horas e depois de amanhã iremos fazer exames para ver como ele está”, concluiu, referindo-se ao lateral do PSG que saiu lesionado durante a primeira parte.