Não hesitou em retirar os títulos ao Príncipe André, antigo duque de Iorque. Receava que Harry pudesse estar “apaixonado demais” por Meghan, apesar de gostar da atriz americana que casou com o seu neto. Passou as últimas semanas de Filipe, duque de Edimburgo, a seu lado e estava determinada em estar com ele no momento da sua morte. Acabou por não acontecer. Para Camila, Duquesa da Cornualha e Rainha Consorte, Isabel II era “imparável”. A sua certidão de óbito refere “idade avançada”, mas há rumores de que terá sido um cancro a levar a vida de Isabel II.
São algumas das revelações de “Elizabeth: An Intimate Portrait” (Isabel II: Um Retrato Íntimo)”, assinado por Gyles Brandret, autor e locutor de rádio, amigo e biógrafo da família real. Reunimos as principais.
Os últimos anos e o luto do duque de Edimburgo
Quando em 2017 o duque de Edimburgo se reformou escolheu passar mais tempo sozinho. De acordo com o novo livro, Isabel II e o marido podiam ficar semanas sem se verem, apesar dos regulares telefonemas. A decisão não levantou problemas: a então rainha entendia que o duque de Edimburgo não queria ser “incomodado”, aceitando que ele “passasse os seus dias à sua maneira”.
Com a pandemia, este hábito mudou: com o confinamento, Isabel II e o príncipe Filipe fizeram companhia um ao outro, mantendo este registo depois de levantadas as restrições.
Nas últimas semanas de vida do duque de Edimburgo, Isabel II passou muito tempo do seu lado — estava determinada em estar presente quando morresse. A 9 de abril, o príncipe Filipe morreu quando Isabel II dormia. Segundo o livro, aconteceu tudo tão rápido que a equipa da rainha não conseguiu acordá-la a tempo de se despedir.
Apesar do seu “luto pessoal intenso”, descreve o tabloide inglês Daily Mail, Isabel II quis, mais uma vez, cumprir o seu “dever cristão”, fazendo o melhor que conseguisse dali para a frente. “A vida continua. Tem de continuar”, terá dito. Isabel II foi, segundo o autor, fonte de consolo para a sua família neste período.
Na sua esfera privada, a rainha encontrava conforto na televisão — particularmente com a série “Line of Duty” (em português, “Lei e Corrupção”), que a ajudava a “manter o ânimo”, cita o livro. No entanto, tinha, por vezes, dificuldade em acompanhar o enredo.
Em paralelo, fez questão de manter o ritmo nos seus deveres reais — apesar de ter sido aconselhada a desacelerar. Neste aspeto, referiu que não queria ceder a qualquer forma de “auto-piedade” — afirmando que, se assim tivesse sido, o duque de Edimburgo teria desaprovado.
A relação e polémica com o Príncipe André
No trabalho de parto dos três primeiros filhos — Carlos, Ana e André — a rainha foi submetida a um “sono crepuscular” — técnica em que era administrado um cocktail de morfina e escopolamina, de forma a que a mulher não sentisse dor, sendo frequente ficar em estado amnésico. De acordo com a revelação de uma dama de companhia, este procedimento fez com que Isabel II sofresse de “efeitos secundários pós-parto” depois do nascimento do ex-duque de Iorque. Quando Eduardo nasceu, a rainha quis um parto normal.
A rainha é descrita no livro como uma “mãe amorosa”, mas capaz de tomar decisões duras. Foi o que aconteceu depois de rebentar o escândalo com o Príncipe André (o seu conhecido filho preferido): no seguimento da polémica entrevista sobre ligação com Epstein — onde negou negou qualquer envolvimento sexual com Virginia Guiffre, que o acusou de abuso sexual, quando ainda era menor —, a rainha não hesitou em retirar-lhe os títulos reais e militares. “A rainha tomou um controlo firme das coisas”, escreveu o autor.
Príncipe André abandona funções públicas após polémica entrevista
Quando o Príncipe André lhe relatou a história de amizade que mantinha com Epstein, Isabel II, depois de ouvir atentamente, terá respondido apenas com uma palavra: “Intrigante.”
Estaria Harry “apaixonado demais” por Meghan?
O livro conta também que, apesar dos relatos de ter recebido Meghan de braços abertos na família real e de gostar da futura nora, a rainha tinha uma preocupação em relação ao casal: que Harry, o seu neto, estivesse “demasiado apaixonado” pela atriz americana.
“A única preocupação que a rainha deixou escapar nos primeiros dias do casamento dos Sussex foi perguntar a um amigo se Harry não estaria ‘talvez um pouco apaixonado demais”, lê-se em “Elizabeth: An Intimiate Portrait”.
De resto, e ao contrário dos relatos de Meghan Markle, o livro afirma que a duquesa de Sussex foi bem recebida pela família real.
A doença e o cancro na medula óssea
Foi no outono de 2021 que Isabel II começou a mostrar “quebras de energia repentinas”, sentindo-se “exausta”. Os médicos pediram-lhe que “descansasse um pouco” e que não “puxasse tanto” por si, cita a revista People.
Aos 96 anos, estava consciente de que o seu tempo estava a chegar ao fim. “A verdade é que a Sua Majestade sempre soube que o seu tempo restante era limitado. Ela aceitou isto com toda a elegância esperada“, escreveu o autor. Brandreth acrescenta que Isabel II aceitou a sua morte, ao documentar a visita do reverendo Dr. Iain Greenshields a Balmoral, no fim de semana antes de morrer. “A sua fé era tudo para ela. Ela disse-me que não tinha arrependimentos”.
Apesar de a certidão de óbito ter revelado que Isabel II tinha morrido de “idade avançada“, Brandreth fala naquilo que é, para já, um rumor: a rainha sofria de cancro da medula óssea. “Ouvi que a rainha tinha uma forma de mieloma — cancro da medula óssea — que explicaria o seu cansaço e perda de peso, assim como problemas de mobilidade de que ouvimos falar tanto no seu último ano de vida”, cita o Mirror.