A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior concluiu na terça-feira uma visita aos Estados Unidos da América, onde avaliou as direções do programa de cooperação entre Portugal e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Em declarações à Lusa na reta final da sua deslocação ao estado norte-americano de Massachusetts – e que teve início da segunda-feira-, a ministra Elvira Fortunato admitiu ter ficado “muito bem impressionada” com as instalações do MIT, especialmente com o centro de nanofabricação daquela prestigiada instituição cientifica, inaugurado há três anos.

O foco desta viagem foi ver, em termos futuros, qual o rumo a dar a esta parceria que temos com o MIT. Como nunca estive nestas negociações, nem estava envolvida no programa, para mim era muito importante falar com os responsáveis, ter um feedback – quer do lado do MIT, quer do coordenador nacional -, daquilo que já foi feito e daquilo que ainda se poderá fazer, pois é uma parceria que já vai na terceira fase, já dura há 16 anos, e há coisas que têm que evoluir”, disse a governante.

“Mas saio daqui muito bem impressionada. Aliás, tive a oportunidade de visitar um centro inaugurado há três anos, de nanofabricação. (…) Penso que é uma estrutura muito atual e muito importante face ao trabalho científico que é feito e, no fundo, a nanotecnologia é uma área transversal a todas as outras, seja da medicina, da engenharia mecânica, ou até da engenharia aeroespacial”, avaliou Elvira Fortunato.

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Esta nova infraestrutura do MIT “poderá também ser uma peça bastante útil na nova parceria que iremos fazer para a próxima negociação, em princípio da quarta fase”, acrescentou a ministra, salientando que poderá ainda abrir portas para outros “trabalhos em equipa”.

“Acho que é uma peça muito importante, até para trabalharmos mais em conjunto, termos sinergias e, quem sabe, até utilizarmos o próprio laboratório de nanotecnologias que temos em Braga – que é partilhado com Espanha. Mas nestas áreas nós temos, acima de tudo, que trabalhar em equipa”, avaliou.

Em 2018, o primeiro-ministro, António Costa, lançou no MIT o “programa 20/30” de cooperação desta instituição norte-americana com universidades portuguesas, e que tinha como principal componente na próxima década a área da inteligência artificial.

Apesar de existir um pré-acordo até 2030, a responsável pela tutela da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior frisou que há sempre espaço para alterações, devido ao “dinamismo da ciência”.

Há um acordo que está feito até ao final do próximo ano e já há um pré-acordo até 2030, mas as áreas científicas poderão ser alteradas porque a ciência é um bocadinho dinâmica. Portanto, o acordo foi estabelecido em 2018 e, até 2030, ainda vão muitos anos. Além disso, tivemos, entretanto, uma pandemia, temos uma guerra e as coisas são dinâmicas. Mas fiquei muito bem impressionada”, observou.

Na visita a Massachusetts, a ministra esteve acompanhada pela presidente do conselho de administração da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Madalena Alves; pelo diretor nacional do Programa MIT Portugal, Pedro Arezes; e pelo cônsul-geral de Portugal em Boston, Tiago Araújo.

No programa constaram visitas a vários laboratórios e encontros com professores responsáveis por algumas das áreas científicas do programa com o MIT e com alunos portugueses.

A ministra aproveitou para reforçar a “extrema importância” das parceiras que Portugal tem com universidades norte-americanas, que se refletem não só no ensino e na ciência, mas também na “área de empreendedorismo”.