A escolha de fazer partos pelo sistema de saúde privado tornou-se mais comum com a pandemia de Covid-19, mas a tendência manteve-se este ano na região de Lisboa e Vale do Tejo. Entre janeiro e outubro, os três grandes hospitais privados foram responsáveis por quase um terço do total de partos. E as duas maiores da região pertencem ao setor privado.

De acordo com os dados divulgados pelo Jornal Público, o hospital dos Lusíadas ultrapassou o registo de 3.000 partos no final do mês de outubro, enquanto o Hospital da Luz chegou no dia 23 de novembro aos mesmos 3.000 partos, marca que atingiu pelo terceiro ano consecutivo. Em comparação, na Maternidade Alfredo da Costa teve 2.609 nascimentos até final de outubro e o Garcia de Orta teve 2.036 partos.

Com a falta de médicos e as maternidades comprometidas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a escolha do sistema privado surge como uma opção de cada vez mais pessoas.

E os dados mostram que o parto por cesariana é mais frequente nos blocos privados. Nas maternidades públicas da região analisada, nos primeiros nove meses deste ano, a taxa de cesarianas pelo sistema público foi de 31,5%, um indicador que tem crescido devido a fatores como a carência de equipas nas urgências e a idade avançada das mulheres que pretendem ter filhos.

O Público adianta que Portugal continua a estar mal classificado neste indicador a nível internacional devido ao setor privado e social. De acordo com os dados de 2020, os últimos que estão disponíveis, a taxa de cesarianas no privado rondava os 67%. Nos hospitais privados da capital fazem-se atualmente menos cesarianas, mas continuam a ser superiores do que no sistema público, devido à idade avançadas das grávidas que pretendem “uma boa experiência no parto”.

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