A Sonae lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre as ações que não detém da Sonaecom, oferecendo 2,5 euros por título. Se conseguir comprar as ações a empresa será retirada de bolsa. Esta já não é a primeira vez que a Sonae tenta tirar a subsidiária de tecnologias, telecomunicações e media de bolsa, mas anteriormente não conseguiu. Nesta operação, a Sonae poderá ter de pagar 90,6 milhões de euros pelas ações que não detém.

Volta agora a tentar retirar a Sonaecom, que detém o Público, de bolsa. Oferece para isso 2,5 euros por ação. A empresa está a valer 2,07 euros em bolsa. As negociações estiveram esta tarde suspensas, à espera de informações. Foi só depois das 19 horas que a Sonae divulgou o anúncio preliminar de lançamento de oferta pública no site da CMVM.

O pagamento de 2,5 euros será feito em dinheiro, diz a empresa, valor que será reduzido em caso de pagamento de dividendo antes da conclusão da oferta. A empresa, em comunicado, argumenta que “a operação permite aos ainda acionistas da Sonaecom materializar o valor das suas ações com importantes ganhos face aos valores de referência do mercado”.

Segundo a Sonae, os 2,5 euros representam um prémio de 32,6% face ao preço médio ponderado das ações nos últimos seis meses que é de 1,89 euros, e de um prémio de 25% face aoss 2 euros a que fechou na terça-feira, dia imediatamente anterior ao do anúncio da OPA.

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A eficácia da oferta fica sujeita à obtenção pela Sonae de 90% dos direitos de voto no decurso da oferta. E caso o venha a conseguir a Sonae informa desde já que avançará com o mecanismo de aquisição potestativa, para comprar compulsivamente as ações que não tenham ainda sido vendidas, retirando a empresa de bolsa. A Sonae já detém a quase totalidade da Sonaecom. É detentora de 88,36% do capital e 89,97% dos direitos de voto. Pelo que a Sonae poderá ter de desembolsar 90,6 milhões de euros para comprar as ações que não detém.

Em 2013, Sonaecom tentou ficar com a posição dos acionistas minoritários, mas não foi bem sucedida na sua totalidade. Nesse ano a Sonaecom lançou uma oferta de troca em que se propunha ficar com a posição dos minoritários (na altura detinham pouco menos de 25% da companhia) dando, em troca, ações da então designada Zon Optimus (que agora se chama Nos). A empresa dizia, então, que a proposta correspondia a 2,45 euros por título, o que dava um valor à operação de 216 milhões de euros. Mas só conseguiu adquirir 15%. A Sonaecom continuou em bolsa.

A Sonae tem vindo a retirar as suas subsidiárias de bolsa e acabou, também, por não colocar a Sonae MC no mercado de capitais, conforme tinha planeado. Retirou nos últimos anos a Sonae Indústria e a Sonae Capital. Ficará, se a compra da Sonaecom for bem sucedida, com a Sonae e a Nos cotadas na bolsa de Lisboa.