De pé, sem retratos, perto da mãe e antiga Chefe de Estado. É a estreia do novo monarca numa tradição com mais de 90 anos: este domingo, 25 de dezembro, o Rei Carlos III dirigiu a sua primeira mensagem de Natal ao Reino Unido e aos países da Commonwealth. Divulgada às 15 horas, foi gravada a 13 de dezembro, na capela de St.George, no Castelo de Windsor, onde Isabel II, há três meses, foi sepultada.

É precisamente por aí que começa a mensagem de cerca de oito minutos do Chefe de Estado: “Estou aqui nesta requintada capela de St. George no Castelo de Windsor, tão perto de onde a minha amada mãe, a falecida Rainha, está sepultada com meu querido pai”, começou por dizer Carlos III, agradecendo depois a todos os que lhe enviaram a si e à rainha consorte, Camilla, cartas com mensagens “profundamente tocantes”.

“O Natal é uma época particularmente comovente para todos nós que perdemos entes queridos. Sentimos a sua ausência em todos os momentos familiares da temporada e lembramo-nos deles em todas as tradições queridas.”

Carlos III lembra depois as convicções de Isabel II (cuja imagem foi surgindo), a partir da música de Natal “Little Town of Bathlehem” (mais concretamente, a partir da frase “nas tuas ruas escuras brilha a luz eterna”):  “A crença da minha mãe no poder dessa luz era uma parte essencial da sua fé em Deus, mas também na sua fé nas pessoas e que eu partilho com todo o meu coração”.

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Esta crença, continua, tem que ver com a “capacidade extraordinária de cada pessoa em tocar, com bondade e compaixão, a vida dos outros”, explica, frisando que é esta a “a fundação da nossa sociedade”. Dá, de seguida, vários exemplos: essa dedicação pode ser observada no altruísmo das forças armadas e serviços de emergência que, “incansavelmente”, trabalham para manter todos a salvo; está nos funcionários de saúde, dos serviços sociais, nos professores e “todos os que trabalham no serviço público”.

Um tributo especial aos que “generosamente dão comida ou doações ou, o bem mais precioso de todos, o seu tempo”

Carlos III lembra os que vivem uma altura de grande “ansiedade” e “privação” — “seja para aqueles que, à volta do mundo, enfrentam conflitos, fome ou desastres naturais, ou para os que, em casa, procuram formas de pagar contas e manter as suas famílias alimentadas e quentes — e presta uma homenagem especial aos que ajudam.

“Particularmente, quero prestar tributo a todas as pessoas maravilhosamente bondosas que tão generosamente dão comida ou doações ou, o mais precioso de todos, o seu tempo, para apoiar os que estão à sua volta, em maiores necessidades”, diz, acrescentando que “mais uma vez”, igrejas, sinagogas ou mesquitas estão unidas “para alimentar os que têm fome, fornecendo amor e apoio ao longo do ano”.

Para todos os tipos de fé, e para quem não tem religião, Carlos III termina desejando um Natal em paz para todos: “Com todo o meu coração, desejo cada um de vocês a todos um Natal em paz,e com uma luz eterna.”