Jude Law é um daqueles nomes que tendem a suscitar reações afogueadas, venham elas na forma de suspiros nostálgicos com nuances românticas ou de revirares de olhos sentenciosos. Numa vida que já vai com meio século — faz 50 anos esta quinta-feira, 29 de dezembro — as atenções dividiram-se entre romances e escândalos, entre os sucessos na indústria do cinema e a algazarra mediática da sua vida pessoal.
É um autoproclamado bad boy, e com razão. A relação de vários anos com Sienna Miller, por exemplo, ficou para sempre manchada por uma traição com a nanny que tomava conta dos filhos que teve com a primeira mulher, Sadie Frost. Em 2005, Law emitiu um comunicado a pedir desculpa publicamente a Miller, de quem na altura estava noivo e com quem manteve uma relação turbulenta até 2011.
“Acho que as mulheres gostam dos bad boys. Essa tem sido a minha experiência. Acho que é um dado adquirido. Sabes, a partir de uma certa idade percebes o que funciona contigo e ser um bom menino nunca funcionou comigo”, disse numa entrevista à revista Parade, em 2009. “Se fores um bad boy, elas gostam.”
Pode não ser o ator mais reputado da sua geração, mas uma vista de olhos pela sua página no IMDB mostra um currículo de se lhe tirar o chapéu, que varia entre as comédias românticas e os dramas vencedores de prémios. “O Talentoso Mr. Ripley” (1999), “Cold Mountain” (2003), “Alfie e as Mulheres” (2004), “Perto Demais” (2004), “O Amor Não Tira Férias” (2006), “Contágio” (2011) e “Grand Budapest Hotel” (2014), são alguns deles. Foi nomeado duas vezes pela academia dos Óscares, mas nunca recebeu a estatueta dourada.
O nome com que os miúdos gozavam
David Jude Law, é assim o seu nome, nasceu a 29 de dezembro de 1972 no sul de Londres. Os pais, Peter e Maggie, eram professores e o segundo nome que escolheram para o filho, aquele com que se tornaria um dia famoso, foi motivo para ser gozado na escola durante a infância. Segundo o ator, os Law escolheram batizá-lo como “Jude” em homenagem ao livro de Tom Hardy, “Jude the Obscure”, e também graças à música dos The Beatles, “Hey Jude”.
O interesse pela representação começou em miúdo. Em 1992, com 20 anos, estreou-se profissionalmente no teatro e foi nomeado para um prémio Laurence Olivier. A peça “Indiscretions”, que esteve em cena em Londres, estreou mais tarde na Broadway e valeu a Law uma nomeação para um Tony de Melhor Ator Secundário, e a atribuição de um prémio Theater World Award. A visibilidade valeu-lhe a primeira oportunidade em Hollywood: estreou-se nos cinemas em 1997 com “Gattaca”, ao lado de Uma Thurman e Ethan Hawke. Dois anos mais tarde, “O Talentoso Mr. Ripley” lançou-o para a fama mundial.
Os seis filhos de quatro mulheres
Em 1992, com 19 anos, conheceu a primeira mulher, Sadie Frost, durante as gravações do filme britânico “Shopping”. Frost era casada e deixou o então marido, o cantor e compositor Gary Kemp, para ficar com Law. “A força do amor que senti pelo Jude e pela sua ambição intensa fez-me sentir sem controlo”, escreveu na sua autobiografia, “Crazy Days” (2010). Tornaram-se um casal sensação, conhecidos pelas festas que frequentavam com amigos como Kate Moss. Tiveram três filhos, Raff, Iris e Rudy, e divorciaram-se em 2003.
No mesmo ano, conheceu Sienna Miller durante a rodagem de “Alfie” e ficaram noivos alguns meses mais tarde. Em 2005, rebentou o escândalo do seu caso com a nanny contratada pela ex-mulher para tomar conta dos três miúdos, Daisie Wright. O casal, um dos mais mediáticos da época, esteve separado durante quatro anos e reatou em 2009, tendo-se separado definitivamente em 2011.
Em 2009, Jude foi pai pela quarta vez. A filha Sophia nasceu de uma relação breve com a modelo norte-americana Samantha Burke, com quem nunca namorou oficialmente e que conheceu durante as filmagens de “Sherlock Holmes”, na altura em que esteve separado de Miller.
Também por pouco tempo manteve uma relação com a cantora e compositora Catherine Harding, mas foi o suficiente para, em 2015, ser pai pela quinta vez, desta vez de Ada. Citada pela revista Ok!, Harding descreveu Law como sendo “muito engraçado e querido” e um “excelente pai”.
Foi também em 2015 que conheceu a atual mulher, Phillipa Coan. Casaram numa cerimónia discreta quatro anos mais tarde e, em 2020, foram pais do sexto filho do ator — cujo nome e género são desconhecidos.
Coan é uma psicóloga britânica, fundadora da sua própria empresa, uma consultora de psicologia e sustentabilidade chamada Stride. Os dois mantêm uma relação bastante privada — o ator parece até acreditar que é essa a chave para o seu sucesso.
“Ela é minha e de mais ninguém. Estou muito, muito feliz”, disse numa entrevista à Modern Luxury, em 2017, onde afirmou que Coan era uma pessoa “muito reservada”. E acrescentou: “A nossa relação é algo muito privado e acho que parte do que a faz resultar tão bem é exatamente isso.”