Depois de ter deixado 2022 a redistribuir pelouros, Carlos Moedas pode entrar em 2023 a fazer contas a uma hipotética maioria. A bancada do PS na oposição vai encolher, com a renúncia de João Paulo Saraiva, e Moedas pode tentar uma solução com os vereadores independentes.

Com o socialista João Paulo Saraiva a renunciar ao cargo, as contas da coligação “Mais Lisboa” (entre o PS e os independentes Cidadãos Por Lisboa) deixam os próximos dois lugares na lista precisamente a elementos dos Cidadãos Por Lisboa, reduzindo o número de vereadores socialistas na oposição a Carlos Moedas.

Feitas as contas, o PS vê-se reduzido a quatro vereadores e Carlos Moedas, que com a coligação “Novos Tempos” conseguiu sete lugares da vereação, pode conseguir somar os dois vereadores independentes se conseguir chegar a entendimento com elementos que compunham os “Cidadãos Por Lisboa”: Se o fizer, ficaria com nove vereadores, o que lhe daria a maioria (teria oito vereadores na oposição).

Nos corredores da autarquia, no entanto, a hipótese é desvalorizada e garante-se que “nada mudará no equilíbrio de forças na autarquia” e recorda-se que os vereadores dos Cidadãos Por Lisboa foram eleitos em acordo com o PS e que é esse programa que foi sufragado que seguem.

Nomeado administrador executivo do Metropolitano de Lisboa, o ex-vice presidente de Fernando Medina em Lisboa, João Paulo Saraiva, tem-se feito substituir nas reuniões de Câmara Municipal, mas ao que o Observador apurou deverá, nos próximos dias, entregar oficialmente a Carlos Moedas a carta de renúncia ao mandato.

Num cenário menos provável, Carlos Moedas pode até tentar uma solução de distribuição de pelouros aos dois vereadores independentes, ou contar com a viabilização dos dois vereadores peça a peça. Certo é que os socialistas ficarão com peso reduzido. Com quatro socialistas na oposição, um vereador do Livre, dois do PCP e um do Bloco de Esquerda as contas parecem facilitar-se para o presidente da autarquia no início deste ano.

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