15 jogos, 33 pontos. Há nove temporadas, desde 2013/14, que o FC Porto não somava tão poucos pontos à 15.ª jornada na Primeira Liga. Os dragões empataram com o Casa Pia no Jamor, perderam dois pontos e caíram para o 3.º lugar da classificação, atrás do Sp. Braga e já a sete pontos da liderança do Benfica.

Eles tentaram tudo. Mas era o dia de Ricardo defender tudo (a crónica do Casa Pia-FC Porto)

Há 12 partidas consecutivas que o FC Porto não terminava um jogo sem qualquer golo marcado — a última vez tinha sido no fim de outubro, há mais de dois meses, na derrota com o Benfica no Dragão. Adicionalmente, desde setembro de 2021 que os dragões não registavam um empate sem golos, quando alcançaram um nulo contra o Atl. Madrid no Wanda Metropolitano e na fase de grupos da Liga dos Campeões.

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Além disso, na atual temporada, esta foi já a terceira ocasião em que o FC Porto não venceu um jogo em superioridade numérica. A equipa de Sérgio Conceição foi vaiada e apupada pelos adeptos quando se dirigiu às bancadas para agradecer o apoio, ouvindo alguns insultos, e o treinador reconheceu que a exibição teria de ter sido melhor para carimbar a vitória e os consequentes três pontos.

“Faltou aquela tal energia positiva, aquela ponta de sorte que temos de ir buscar. Devíamos ter definido melhor. Na primeira parte percebemos onde estava o espaço para aproveitar mas fomos muito precipitados no último tempo. Não fizemos uma boa primeira parte. Houve a expulsão e o Casa Pia fez o que lhe competia. Já sendo uma equipa com boa organização defensiva, meteu-se no último terço e agarrou os pontinhos com galhardia. Fomos criando oportunidades atrás de oportunidades, podíamos e devíamos ter feito golos. Mas dá-me a sensação de que devíamos ter mais em termos de mentalidade. Podemos ter talento, organização, podemos querer ganhar… Mas é preciso respeitar quem faz 300 quilómetros para nos ver jogar. Alguns deles nem conseguem pagar o bilhete. A começar por mim, juntamente com os jogadores, podíamos ter feito mais”, começou por explicar Conceição.

Mais à frente, o treinador dos dragões sublinhou que o alargar da desvantagem para o Benfica, que é agora de sete pontos, não é decisivo. “Como ontem não fiz a festa na antevisão, também não digo que está tudo perdido. Não está, há muita jornada, muito ponto. Há muita coisa que pode modificar-se. Queremos ser competitivos até ao fim no nosso principal objetivo, que é ganhar e defender o escudo de campeão nacional. Volto a dizer: não estávamos em grande recuperação e agora também não está nada perdido”, explicou, terminando com a garantia de que não pensou no recorde de vitórias de José Maria Pedroto, que poderia ter quebrado em caso de triunfo.

“Não penso em recordes. O meu objetivo é fazer o melhor para ganhar. Era mais uma etapa importante para nos permitir continuar no 2.º lugar e olhar para a frente de forma positiva e achando — e sabendo — que há muitos jogos em disputa. Hoje, com maior ou menor dificuldade, devíamos ter vencido”, concluiu.