“Uma barbárie. Não tem precedente na História do país.” O Presidente do Brasil reagia assim à invasão levada a cabo por apoiantes de Jair Bolsonaro que ocorreu este domingo na Praça dos Três Poderes e que visou o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Lula da Silva responsabilizou os “vândalos”, que designou de “fascistas fanáticos”, por estarem por detrás daquilo que aconteceu em Brasília. E também culpou o antecessor, que “estimulou” e “provocou” o sucedido.

Depois de um início de intervenção focado no decreto federal que determina a intervenção em Brasília até ao final de janeiro, numa tentativa de conter os protestos, Lula seguiu para uma série de declarações improvisadas, a partir de Araraquara, no interior de São Paulo, onde se deslocou para ver os estragos do mau tempo.

Contudo, foi surpreendido quando viu “imagens da televisão” em que “fascistas estavam a invadir a sede do governo, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal”. “Houve falta de segurança”, notou, deixando depois uma garantia a quem organizou e participou na invasão: “Serão encontrados e serão punidos. A democracia dá direito à liberdade, mas também exige que as pessoas respeitem as instituições criadas para a fortalecer.”

Lula da Silva reiterou que os “vândalos e fascistas pagarão com a força da lei” este “gesto antidemocrático”. Não serão, ainda assim, os únicos. O Presidente brasileiro lamentou também que a “polícia militar” de Brasília tenha falhado por “incompetência, má vontade e má-fé”. Os polícias que deixaram entrar os manifestantes e que compactuaram com o sucedido não podem “ficar impunes”. “Não são da confiança da sociedade brasileira.” 

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A Justiça brasileira vai fazer de tudo para que “isso não se repita mais”, garantiu o Presidente do Brasil. Para isso, Lula da Silva vincou que todos os que estiveram por detrás da invasão — principalmente os “que fingem ser nacionalistas” e que usam uma camisola da seleção brasileira (um símbolo dos apoiantes de Bolsonaro) — terão de ser “punidos de forma exemplar”.

Neste sentido, Lula da Silva não se esqueceu de mencionar Jair Bolsonaro, acusando-o de ser um “genocida” que “provocou” e “estimulou” os ataques deste domingo. “Esse genocida não só provocou e estimulou isso como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais, lá de Miami para onde ele fugiu para não me colocar a faixa”, atirou.

“A responsabilidade também é dele e dos partidos que o sustentam”, afirmou, acrescentando que a Justiça vai apurar até que ponto Jair Bolsonaro foi conivente com o que sucedeu. O atual chefe de Estado ainda aproveitou para mandar uma farpa, assinalando que o antecessor fugiu para para Miami, onde “está a descansar”, de modo a evitar “colocar-lhe a faixa” no passado domingo.

O Presidente do Brasil adiantou ainda que decretou a “intervenção federal” no estado de Brasília, de modo a “pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública” na capital brasileira. Enquanto responsável para colocar em prática as medidas que forem necessárias para atingir aquele fim, Lula da Silva nomeou Ricardo Garcia Cappelli, atual secretário do Ministério da Justiça.