O novo selecionador nacional, Roberto Martínez, admite que tem em mãos “uma das seleções com mais talento do mundo”. O técnico espanhol de 49 anos foi esta segunda-feira apresentado como sucessor de Fernando Santos na Cidade do Futebol e admitiu ter uma visão ambiciosa para o futuro da Seleção Nacional.
Como as grandes obras arquitetónicas, também os projetos futebolísticos têm um princípio e Roberto Martínez já sabe por onde começar. “Quero contactar com todos os 26 jogadores que estiveram no último Mundial. É este o meu ponto de partida”, conta. Assim sendo, o selecionador nacional não tem um plano específico para Cristiano Ronaldo e não revela se o avançado vai fazer parte do futuro da seleção portuguesa. “No futebol, as decisões têm que ser tomadas dentro do terreno de jogo. Cristiano Ronaldo merece o respeito de nos podermos sentar e falar”.
Mesmo que a dar início a uma nova empreitada, Roberto Martínez já encontrou obra feita. Aliás, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, lembrou que o espanhol sucede ao “treinador mais titulado da Seleção Nacional”. O antigo treinador da Bélgica garante: “É mais fácil vir a seguir a um grande treinador, porque posso colher tudo o que de bom já estava feito. Cada treinador trabalha de uma maneira”. Desta forma, agradeceu a Fernando Santos pelo trabalho desenvolvido.
A generalidade dos adeptos criticava o selecionador nacional anterior por não conseguir colocar Portugal a jogar de acordo com o talento dos seus jogadores, adotando um estilo defensivo. Nesse aspeto, Roberto Martínez admite que Portugal tem que “ser uma equipa com grande facilidade no ataque e jogar com alegria”, classificando o jogador português como “um jogador que se adapta muito bem às equipas estrangeiras e que sabe sempre dar competitividade”, contribuindo para que a Seleção possa “representar o povo português”, frisa o técnico. “Esse é o meu trabalho: procurar as melhores opções para tirar o máximo dos jogadores. O sistema é que tem que se moldar ao talento dos jogadores”.
Fernando Gomes estabeleceu as meias-finais como objetivo para as próximas grandes provas. Roberto Martínez mostrou-se mais cauteloso. “Temos que sonhar muito alto. Se não nos qualificarmos para o Euro, não podemos ganhar o Euro, se não nos qualificarmos para o Mundial, não podemos ganhar o Mundial. Acredito no projeto e no jogador português”.
Ao nível da composição do corpo técnico, o selecionador nacional considera “importante” ter um adjunto português. A preferência recai num antigo jogador que possa ajudar a seleção portuguesa a chegar aos objetivos.
Roberto Martínez defrontou Portugal em duas ocasiões e nunca perdeu. O último dos encontros aconteceu nos oitavos de final do Euro 2020 e ditou a eliminação portuguesa. Nos sete anos em que esteve ao serviço da Bélgica, o maior feito foi ter alcançado o 3.º lugar do Mundial 2018, jogado na Rússia.