O antigo CEO da empresa de fast-food McDonald’s foi multado pelo regulador norte-americano após prestar declarações falsas relativamente ao seu processo de despedimento. Steve Easterbrook foi acusado pela Securities and Exchange Comission (SEC) de ter feito “declarações falsas a investidores [da empresa] sobre as circunstâncias que levaram ao seu despedimento”, e que lhe permitiram levar para casa uma compensação de mais de 100 milhões de dólares – 40 milhões em dinheiro e o restante em ações da empresa.

De acordo com a CNBC, o gestor, natural do Reino Unido, foi despedido em 2019 por alegadamente manter uma relação com uma empregada, numa violação das normas da empresa; no entanto, a McDonald’s não comunicou justa causa à SEC, permitindo que Eastbrook fosse compensado.

Já em 2020, a gigante da restauração processou o ex-CEO após ter descoberto novas informações que davam conta de que este teria ocultado três outras relações com trabalhadoras e destruído provas da sua conduta imprópria. Em dezembro de 2021, as duas partes chegaram a acordo, tendo Eastbrook devolvido a sua compensação e feito um pedido de desculpas formal à McDonald’s.

Agora foi a vez do próprio regulador norte-americano se pronunciar sobre o caso. No entender da SEC, o gestor e a empresa não foram honestos sobre as razões que levaram ao seu despedimento, “o que permitiu [a Eastbrook] arrecadar uma compensação substancial à qual, de outro modo, teria de renunciar”. Eastbrook terá agora de pagar uma multa de 400.000 dólares ao regulador, ficando ainda proibido de exercer cargos em empresas ao abrigo da SEC por um período de cinco anos.

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A agência considerou ainda que a McDonald’s também violou a lei, ao omitir informações cruciais no comunicado enviado aos acionistas aquando do despedimento; no entanto, optou por não penalizar a empresa por entender que esta cooperou de forma “substancial” com a investigação da SEC.

O caso é semelhante ao que, no mês de dezembro, visou a saída de Alexandra Reis da TAP. Como nos Estados Unidos, a companhia aérea terá ocultado informações ao regulador português (a CMVM) sobre o processo que levou à saída da gestora e lhe permitiu uma indemnização de 500 mil euros – polémica que motivou uma crise política e levou à saída da então secretária de Estado do Tesouro, bem como do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

TAP mantém silêncio sobre caso Alexandra Reis e só esclareceu que ex-diretora (casada com Medina) saiu sem indemnização