Bastou uma grande investigação do Los Angeles Times para os Globos de Ouro saírem de antena em 2022. Agentes boicotaram a cerimónia. Seguiram-se atores. Escândalos sobre fuga aos impostos, acusações falta de representatividade da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, discriminação, devolução de estatuetas e alegados casos de corrupção. A casa, foi, entretanto, limpa, e na sua 80.ª edição decidiu mudar regras e códigos de conduta para incluir jornalistas negros, alargando o grupo de júris  ao mundo inteiro (o português Rui Pedro Tendinha é um deles). Grandes vencedores? Os esperados: “Os Fabelmans” e Steven Spielberg; o mais recente fenómeno crítico saído da Irlanda, “Os Espíritos de Inisherin”; e na TV a HBO, com os prémios máximos tanto em Drama como em Minissérie, com “House of the Dragon” de um lado (com alguma surpresa) e “The White Lotus” do outro. Na Comédia/Musica, a vitória foi mais uma vez para “Abbott Elementary”.

O que se exigia, a bem da salvação deste lado glamouroso da indústria cinematográfica, era uma cerimónia diversa, aberta e étnica. Assim se resolveu fazer, com a fórmula da moda: discursos emocionados, prémios para atores não brancos e um exorcismo a Will Smith. O anfitrião escolhido foi o humorista Jerrod Carmichael, primeiro negro a apresentar os Globos de Ouro, que colocou logo o tom que se queria: “Eu só estou aqui porque sou negro”. Não sabemos se foi porque a plateia já não está habituada, ou já não se quer rir de si própria, mas Carmichael, que surgiu sempre de lado e nunca ao centro, pareceu algo deslocado. Ou porque a fórmula de um humorista ridicularizar o sistema onde está incorporado já não chega. Para o ano decide-se.

Apesar de outros discursos importantes, nem que seja para Twitter viralizar, houve, logo à cabeça, duas pessoas que se destacaram por terem o mesmo apelido e por conseguirem sair do guião. Ou, pelo menos, de um lugar que não seja o da reabilitação mediática, mas sim de qualquer coisa que pareça verdadeiro. Eddie Murphy, galardoado com o prémio Cecil B. De Mille, e o peso pesado da produção de TV Ryan Murphy (“Glee”, American “Horror Story” ou “Dahmer”). Disse o comediante:

Há três conselhos que gostava de deixar: paguem os impostos, metam-se na vossa vida e deixem o nome da mulher do Will Smith fora da vossa fucking boca.”

Falta outro, bem mais importante: o da inclusão. “A minha missão durante 25 anos foi de pegar nos invisíveis, os que não são amados e torná-los nos heróis [referência à comunidade LGBT à qual pertence] que queria tanto ver mas não consegui na cultura popular.” Assim discursou Ryan Murphy, que recebeu o Carol Burnett Award, outro prémio que homenageia a carreira de figuras da indústria.

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Zelensky, “a ponta mais afiada”, afirma que não haverá Terceira Guerra Mundial

Volodymyr Zelensky fez uma aparição surpresa. “Isto não é uma trilogia. Não haverá Terceira Guerra Mundial”, afirmou o Presidente ucraniano. Apesar disso, “ainda há batalhas e lágrimas à nossa frente”. “Mas agora posso definitivamente dizer-vos quem foram os melhores no último ano, foram vocês.” A intervenção de Zelensky foi introduzida por Sean Penn, que, antes de dar o palco ao chefe de Estado da Ucrânia, elogiou a coragem da juventude iraniana que está a levantar-se em protesto e “o movimento sempre perseverante” das mulheres afegãs.

“Somos relembrados, em termos não incertos, que a liberdade de sonhar não é simplesmente um luxo humano mas sim uma necessidade humana, pela qual se deve lutar e fazer sacrifícios”, disse, apresentando de seguida o Presidente ucraniano, ao qual ofereceu o seu Óscar em 2022 pedindo que fosse devolvido quando a guerra acabar: “Se a liberdade de sonhar fosse uma lança, apresento-vos um ser humano que esta noite representa a ponta mais afiada dessa lança.”

Uma surpresa chamada “House of Dragon”. Spin-off derrota “Severance” e “Better Call Saul” e vence Melhor Série de Drama

Vamos então a prémios. E, já agora, aos protagonistas, porque, mesmo com muitas mudanças, regras ou apelos para que o mundo avance, são eles que dão vida a todo este conteúdo. Se no início da noite — e da madrugada em Portugal, que não teve transmissão televisiva da cerimónia — HBO Max e Netflix partilhavam 14 nomeações cada, cedo se percebeu que só mesmo uma poderia ganhar. A começar pelo fim, com estrondo e surpresa: “House of The Dragon”, o spin-off de “Game of Thrones” que chegou a ser rodada em Portugal, venceu a estatueta de Melhor Série de Drama, derrotando os favoritos “Severance” (Apple TV) e “Better Call Saul” (Netflix). Bastou olhar para a cara de surpresa do realizador e co-showrunner Miguel Sapochnik, que se despediu, entretanto, do projeto, quando subiu ao palco para se perceber o quão inesperada tinha sido a decisão da Associação de Imprensa Estrangeira.

Mas o Beverly Hilton Hotel, sítio “que matou Whitney Houston”, como lhe chamou Jerrod Carmichael, e casa escolhida para esta noite de terça-feira, quis continuar a dar à HBO razões para sorrir. A segunda temporada de outro sucesso televisivo, “The White Lotus” de Mike White, a trágica sátira sobre um conjunto de ricos numa estância de luxo, que este ano foi para Itália, levou o Globo de Ouro de Melhor Mini-Série e ainda viu Jennifer Coolidge, com apenas duas nomeações na carreira, a vencer na categoria de Melhor Atriz em Minissérie. “Algumas pessoas nesta sala, pelo menos cinco, fizeram com que eu continuasse durante vinte anos em pequenos trabalhos”, disse, num dos momentos de maior ovação da cerimónia.

Se olharmos para os outros atores que venceram na categoria de Drama televisivo, há ainda dois diretamente associados a esta plataforma de streaming: Zendaya (pela série “Euphoria”) e Austin Butler (pelo filme “Elvis”). Este último destronou o favorito Brendan Fraser (“The Whale”), um dos grandes ausentes da noite — e um dos grandes regressados do ano –, que não quis estar na cerimónia depois de ter vindo a público falar da sua história de assédio que envolvia um ex-presidente da Associação. Não pareceu foi mesmo haver competição para Cate Blanchet (“Tár”), que ganhou como Melhor Atriz em Filme de Drama, outra das figuras que se fez notar pela sua ausência (por estar a filmar no Reino Unido).

A Netflix salvou um pouco a face por mais um dos “seus psicopatas”, neste caso, pelo ator que deu vida à Jefrrey Dahmer, Evan Peters, que venceu na categoria de Melhor Ator de uma Minissérie, Telefilme ou Série de Antologia. Também conseguiu outro prémio através da atriz Julia Gardner, que, só à terceira vez é que conseguiu a estatueta de Melhor Atriz Secundária em “The Ozark”.

E se “The Bear” (FX mas pode ser vista cá na Disney+), aquela que foi considerada uma das séries do ano — até mesmo para jornalistas e cronistas do Observador — não venceu na sua categoria de Comédia ou Musical esta terça-feira (já lá vamos), ao menos Jeremy Allen White, o chef Carmy desta trama, pôde sorrir: levou o prémio para casa na sua estreia em nomeações desta cerimónia.

Os ricos, os pobres e os cozinheiros: as séries que mais gostámos de ver em 2022 (e as desilusões)

Outro dos grandes vencedores da noite, que confirmou o estatuto de favorito, foi mesmo “Abbott Elementary”, a sitcom, que pode ser vista cá na Disney Plus, sobre uma escola de uma comunidade maioritariamente negra na Filadélfia, ganhou em três categorias: Melhor Série de Comédia, Melhor Ator Secundário (Tyler James Williams) e Melhor Atriz (Quinta Brunson, também criadora). “Durante um período muito difícil das nossas vidas, fico feliz que esta série tenha conseguido fazer as pessoas rir”, disse Brunson no seu segundo discurso da noite.

80th Annual Golden Globe Awards - Press Room

Colin Farrell E Martin McDonagh, vencedores do Globo de Ouro de Melhor Filme de Comédia com “Os Espíritos de Inisherin” (Winkelmeyer/FilmMagic)

O “pequeno” Spielberg, os cómicos irlandeses e a derrota do multiverso alternativo

Há quem diga que o filme “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” tenha sido uma vingança suave dos seus criadores, Daniel Scheinert e Daniel Kwan, contra os barões da Marvel, por não terem ficado com a série que apresentou o multiverso na nova fase do franchise de super-heróis. A verdade é que o filme tornou-se no maior sucesso de bilheteira da produtora A24 e um dos mais falados, quer pela imprensa, quer pelas redes sociais, do ano de 2022. A história de uma chinesa de meia idade que faz de tudo para ter os impostos em ordem e é levada por uma viagem alucinada às suas diversas vidas em diferentes universos pode ter entrado para a lista de melhores filmes do ano anterior, mas não foi o grande vencedor dos Globo de Ouro, onde entrou com um generoso número de nomeações (6). Ficou-se pelos atores: Michelle Yeoh, no papel principal, e Ke Huy Quan como seu marido e ator secundário. Mais nada ganhou.

E se Ke Huy Quan foi logo o primeiro a ter motivos para sorrir, é capaz de ter ficado sem músculos na cara — e dores nas mãos — porque teve de aplaudir, por duas vezes, um dos homens que começou por lhe dar a mão nesta indústria, no filme “Indiana Jones”: Steven Spielberg. Aos 74 anos conseguiu, por um lado, finalmente “falar da história que andava a esconder” porque o tempo está a acabar, e, por outro, ganhar na categoria de Melhor Filme e Melhor Realização.

“Não é fácil ser uma criança. Toda a gente nos vê como história de sucesso, ninguém sabe quem somos a não ser que a contemos. Pensei: com 74 anos é mesmo melhor fazê-lo agora”, afirmou.

O “agora”, não deixa de ser irónico para uma história que nos remete para uma forma de fazer cinema que parece ter ficado para trás: bateu “Avatar 2”, de James Cameron e “Top Gun: Maverick”, dois dos filmes que fizeram e continuam a fazer milhões e millhões de euros, com recurso às melhores tecnologias do cinema.

Deixemo-nos de confrontos de titãs. O melhor é falar de amigos que deixam de ser amigos porque sim. Ou porque não? É preciso ainda esperar um pouco pela estreia de “Os Espíritos de Inisherin” em Portugal (só em fevereiro), a comédia mascarada de drama sobre uma amizade com os dias contados, mas há cada vez mais motivos para a ver. Colin Ferrel venceu na Categoria de Melhor Ator, o filme venceu na Comédia ou Musical e o seu realizador/guionista Martin McDonagh garantiu o prémio de Melhor Argumento. Noite cheia — também para a Argentina, que levou o Globo de Melhor Filme em Língua Estrangeira, com “Argentina, 1985“, de Santiago Mitre,.

Aqui fica a lista completa de vencedores:

MELHOR FILME – COMÉDIA OU MUSICAL

“Babylon”
“Os Espíritos de Inisherin” (VENCEDOR)
“Everything Everywhere All at Once”
“Glass Onion: A Knives Out Mystery”
“Triângulo da Tristeza”

MELHOR ATOR – COMÉDIA OU MUSICAL

Diego Calva, “Babylon”
Daniel Craig, “Glass Onion: A Knives Out Mystery”
Adam Driver, “White Noise”
Colin Farrell, “Os Espíritos de Inisherin” (VENCEDOR)
Ralph Fiennes, “The Menu”

MELHOR ATRIZ – COMÉDIA OU MUSICAL

Anya Taylor-Joy, “The Menu”
Emma Thompson, “Good Luck to You, Leo Grande“
Lesley Manville, “Mrs Harris Goes to Paris”
Margot Robbie, “Babylon”
Michelle Yeoh, “Everything Everywhere All At Once” (VENCEDORA)

MELHOR FILME – DRAMA

“Avatar: O Caminho da Água”
“Elvis”
“Os Fabelmans” (VENCEDOR)
“TAR”
“Top Gun: Maverick”

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO — FILME

Barry Keoghan, “Os Espíritos de Inisherin”
Brad Pitt, “Babylon”
Brendan Gleeson, “The Banshees of Inisherin”
Eddie Redmayne, “The Good Nurse”
Ke Huy Quan, “Everything Everywhere All At Once” (VENCEDOR)

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA — FILME

Angela Bassett, “Black Panther: Wakanda Forever” (VENCEDORA)
Carey Mulligan, “She Said”
Dolly De Leon, “Triângulo da Tristeza“
Jamie Lee Curtis, “Everything Everywhere All At Once”
Kerry Condon, “The Banshees of Inisherin”

MELHOR REALIZADOR

Baz Luhrmann, “Elvis“
Daniel Kwan, Daniel Scheinert, “Everything Everywhere All At Once”
James Cameron, “Avatar: O Caminho da Água”
Martin McDonagh, “The Banshees of Inisherin”
Steven Spielberg, “Os Fabelmans” (VENCEDOR)

MELHOR ARGUMENTO — FILME

Daniel Kwan, Daniel Scheinert, “Everything Everywhere All At Once”
Martin McDonagh, “Os Espíritos de Inisherin” (VENCEDOR)
Sarah Polley, “Women Talking“
Steven Spielberg, Tony Kushner, “Os Fabelmans“
Todd Field, “Tár”

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO

“Guillermo Del Toro’s Pinocchio” (VENCEDOR)
“Inu-Oh”
“Marcel the Shell with Shoes On”
“Puss in Boots: The Last Wish”
“Turning Red“

MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

“All Quiet on the Western Front“, Alemanha
“Argentina, 1985“, Argentina (VENCEDOR)
“Close“, Bélgica/França/Holanda
“Decision to Leave“, Coreia do Sul
“RRR”, Índia

MELHOR BANDA-SONORA

Alexandre Desplat, “Guillermo Del Toro’s Pinocchio”
Carter Burwell, “Os Espíritos de Inisherin”
Hildur Gudnadóttir, “Women Talking”
John Williams, “Os Fabelmans”
Justin Hurwitz, “Babylon” (VENCEDOR)

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

Carolina, de “Where the Crawdads Sing” – música e letra de Taylor Swift
Ciao Papa, de “Guillermo Del Toro’s Pinocchio” – música de Alexandre Desplat, letra de Roeban Katz e Guillermo del Toro
Hold My Hand, de “Top Gun: Maverick” – música de Lady Gaga, BloodPop e Benjamin Rice, letra de Lady Gaga e BloodPop
Lift Me Up, de “Black Panther: Wakanda Forever” – música e letra de Tems, Rihanna, Ryan Coogler e Ludwig Göransson
Naatu Naatu, de “RRR” – música de M.M. Keeravani, letra de Kala Bhairava e Rahul Sipligunj (VENCEDOR)

MELHOR SÉRIE DE TELEVISÃO – DRAMA 

“Better Call Saul”
“House of the Dragon” (VENCEDORA)
“Ozark”
“Severance”
“The Crown“

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE TELEVISÃO – DRAMA

Emma D’Arcy, “House of the Dragon“
Hilary Swank, “Alaska Daily”
Imelda Staunton, “The Crown“
Laura Linney, “Ozark”
Zendaya, “Euphoria” (VENCEDORA)

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE TELEVISÃO – DRAMA

Adam Scott, “Severance”
Bob Odenkirk, “Better Call Saul”
Diego Luna, “Andor“
Jeff Bridges, “The Old Man”
Kevin Costner, “Yellowstone” (VENCEDOR)

MELHOR SÉRIE DE TELEVISÃO – COMÉDIA OU MUSICAL

“Abbott Elementary” (VENCEDORA)
“Hacks”
“Only Murders in the Building”
“The Bear“
“Wednesday“

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE TELEVISÃO – COMÉDIA/MUSICAL

Jean Smart, “Hacks”
Jenna Ortega, “Wednesday”
Kaley Cuoco, “The Flight Attendant”
Quinta Brunson, “Abbott Elementary” (VENCEDORA)
Selena Gomez, “Only Murders in the Building”

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE TELEVISÃO – COMÉDIA/MUSICAL

Bill Hader, “Barry”
Donald Glover, “Atlanta”
Jeremy Allen White, “The Bear” (VENCEDOR)
Martin Short, “Only Murders in the Building”
Steve Martin, “Only Murders in the Building”

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA EM SÉRIE DE TELEVISÃO

Elizabeth Debicki, “The Crown“
Hannah Einbinder, “Hacks”
Janelle James, “Abbott Elementary”
Julia Garner, “Ozark” (VENCEDORA)
Sheryl Lee Ralph, “Abbott Elementary”

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO EM SÉRIE DE TELEVISÃO

Henry Winkler, “Barry”
John Lithgow, “The Old Man”
John Turturro, “Severance”
Jonathan Pryce, “The Crown“
Tyler James Williams, “Abbott Elementary” (VENCEDOR)

MELHOR MINISSÉRIE OU TELEFILME

“Black Bird”
“Dahmer – Monster: The Jeffrey Dahmer Story”
“Pam & Tommy”
“The Dropout”
“The White Lotus” (VENCEDOR)

MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE OU TELEFILME

Amanda Seyfried, “The Dropout” (VENCEDORA)
Jessica Chastain, “George & Tammy”
Julia Garner, “Inventing Anna”
Julia Roberts, “Gaslit”
Lily James, “Pam & Tommy”

MELHOR ATOR EM MINISSÉRIE OU TELEFILME

Andrew Garfield, “Under the Banner of Heaven”
Colin Firth, “The Staircase”
Evan Peters, “Dahmer – Monster: The Jeffrey Dahmer Story” (VENCEDOR)
Sebastian Stan, “Pam & Tommy”
Taron Egerton, “Black Bird”

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA EM MINISSÉRIE OU TELEFILME

Claire Danes, “Fleishman In Trouble”
Daisy Edgar-Jones, “Under the Banner of Heaven”
Jennifer Coolidge, “The White Lotus” (VENCEDORA)
Niecy Nash, “Dahmer – Monster: The Jeffrey Dahmer Story”
Aubrey Plaza, “The White Lotus”

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO EM MINISSÉRIE OU TELEFILME

Domhnall Gleeson, “The Patient”
F. Murray Abraham, “The White Lotus”
Paul Walter Hauser, “Black Bird” (VENCEDOR)
Richard Jenkins, “Dahmer – Monster: The Jeffrey Dahmer Story”
Seth Rogen, “Pam & Tommy”

Artigo atualizado às 12h16 com o discurso de Sean Penn, Volodymyr Zelensky e a restante lista de vencedores