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Toni Martínez ouviu o mandamento de Taremi: diz-me onde queres, dir-te-ei como marcas (a crónica do FC Porto-Arouca)

Este artigo tem mais de 1 ano

Taremi recuou duas vezes para colocar o FC Porto na frente com assistências fantásticas que desbloquearam o jogo de uma vida de Toni Martínez e uma noite que Sérgio Conceição não mais esquecerá (4-0).

Toni Martínez marcou o primeiro hat-trick da carreira depois de ter entrado ao intervalo frente ao Arouca
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Toni Martínez marcou o primeiro hat-trick da carreira depois de ter entrado ao intervalo frente ao Arouca

DeFodi Images via Getty Images

Toni Martínez marcou o primeiro hat-trick da carreira depois de ter entrado ao intervalo frente ao Arouca

DeFodi Images via Getty Images

Às vezes parece um carrossel de volta única, com a melhor versão do FC Porto a servir de moedinha que faz girar a equipa de forma consistente em torno do sucesso a que se voltou a habituar desde 2017 depois de um jejum de quatro anos sem títulos. Outras vezes parece uma montanha russa de sentido proibido, com uma outra face do FC Porto a propiciar baixos depois dos altos que são pouco ou nada habituais desde que Sérgio Conceição assumiu o comando da equipa. O que muda, o que falha? Nem o próprio técnico consegue ao certo perceber. Mas era em busca dessas respostas que chegava o encontro dos oitavos da Taça de Portugal frente ao Arouca, com os dragões a procurarem voltar aos triunfos após o nulo com o Casa Pia.

FC Porto vence Arouca com hat-trick de Toni Martínez e defronta Ac. Viseu de Jorge Costa nos quartos da Taça de Portugal

“Vai jogar exatamente a mesma equipa que jogou no Jamor [frente ao Casa Pia] com a exceção do Cláudio Ramos, que vai jogar à baliza. Já ficam a saber. Nunca faço isto, agora faço-o pela primeira vez”, destacara Sérgio Conceição no lançamento de uma partida simbólica por ser a 300.ª à frente dos dragões e por poder ultrapassar o número de vitórias de José Maria Pedroto no clube dois dias depois de ter sido um dos vários espectadores atentos à aula/conferência (Re)Visitar Pedroto, conduzida por José Neto no Museu (216). Qual o objetivo da “novidade”? Chamar os jogadores à terra. Mostrar que aquela mesma equipa tinha todas as condições de poder ganhar a última partida. Apesar a uma reação que pudesse depois perdurar no tempo.

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“Falta de consistência? Eu também faço esse exame de consciência… Olho para algumas situações que não são normais. Depois do 3-0 ao Sporting, perdemos em Vila do Conde. Depois da grande vitória em Brugge, empatámos nos Açores com o Santa Clara. Há jogos em que não houve beleza, mas temos de dar outra resposta. Estamos atentos. Queremos encontrar a tal solidez. Perdemos um jogo no ano passado. Queremos isso: ganhar sempre e procurar a perfeição. Não é fácil. Está tudo ligado ao talento do jogador, mas há também a questão emocional, que é importante nas vidas e no futebol também”, salientara o técnico dos azuis e brancos, reforçando depois que esses momentos de eclipse são ainda assim exceção e não regra.

“Espero encontrar o Arouca que nos tem habituado: uma equipa competente, que está a fazer um excelente trajeto, tanto nas taças, como no Campeonato. É um jogo a eliminar e no qual temos de ser, no mínimo, a mesma equipa do jogo da Primeira Liga [vitória por 5-1 no Dragão]. Por vezes, os opositores tendem a mudar de estratégia e dinâmica no processo ofensivo e defensivo contra nós. Não podemos adivinhar isso, mas temos de nos preparar e ser competentes para tentar desmontar aquilo que poderão preparar, algo que tem a ver com a forma de estar no jogo. É importante estarmos no nosso nível máximo. Sinceramente, têm sido muitas mais as vezes em que temos estado bem do que menos bem”, reforçara sobre o jogo desta noite.

Havia essa simbologia do jogo 300, um daqueles números que tantas vezes Sérgio Conceição tenta fintar mas que sabe que é um marco importante na carreira. E havia essa possibilidade da vitória 216, que permitiria que se tornasse o treinador com mais vitórias de sempre no FC Porto à frente de José Maria Pedroto, “uma inspiração e uma grande referência por ser um visionário”. No entanto, o foco do técnico entroncava apenas na reação da equipa à adversidade. Resposta? Dificilmente poderia ser melhor, não só naqueles tais dez jogadores de campo que se mantinham de início mas também dos suplentes utilizados como Toni Martínez, que bisou em menos de três minutos e fechou a goleada com um hat-trick no último minuto de descontos. Mas entre vários destaques individuais numa exibição que fez a diferença pela reação coletiva dos dragões à perda em zonas adiantadas, Taremi voltou a ser também destaque com duas assistências fantásticas que desbloquearam uma partida de sentido único mas sem golos até o iraniano voltar a abrir o livro.

Ficha de jogo

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FC Porto-Arouca, 4-0

Oitavos de final da Taça de Portugal

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: João Gonçalves (AF Porto)

FC Porto: Cláudio Ramos; João Mário, Fábio Cardoso (Pepe, 77′), Marcano, Wendell; Grujic, Uribe (Eustáquio, 66′); Otávio, Galeno (Pepê, 66′); Gabriel Veron (Toni Martínez, 46′) e Taremi (Danny Loader, 81′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Rodrigo Conceição, Gonçalo Borges e Bernardo Folha

Treinador: Sérgio Conceição

Arouca: João Valido; Tiago Esgaio, João Basso, Jerome Opoku, Weverson (Quaresma, 61′); Soro, David Simão (Oriol Busquets, 68′), Alan Ruíz (Pedro Moreira, 75′); Sylla, Dabbagh (Bruno Marques, 61′) e Antony (Arsénio, 68′)

Suplentes não utilizados: Thiago, Moses, Milovanov e Galovic

Treinador: Armando Evangelista

Golos: Galeno (31′) e Toni Martínez (55′, 57′ e 90+3′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a David Simão (17′), Antony (18′) e

O encontro por pouco não começou com um remake da Primeira Liga mas com protagonistas ao contrário: depois da goleada portista no Campeonato com um golo de Otávio logo aos 23 segundos, agora foi a equipa arouquense a ficar muito perto de inaugurar o marcador ainda no minuto inicial com Uribe a ter um desvio para a própria baliza que por pouco não surpreendeu Cláudio Ramos (que ainda não tinha tocado na bola). Do livre nasceu um canto, do canto houve outro canto, desse canto surgiu um remate muito por cima de Soro, do primeiro remate desenquadrado não saiu mais nada. Por mérito do FC Porto, com capacidade redobrada na reação à perda no meio-campo ao contrário. Por culpa de um Arouca que não esqueceu a forma como “entregou” o jogo em dezembro e quis ter outra postura no arranque da partida.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Arouca em vídeo]

Susto inicial à parte, e com a defesa a continuar o bom momento que tem atravessado nos últimos jogos, Sérgio Conceição via a equipa responder de forma afirmativa entre o meio-campo e o ataque sem bola mas também a perder-se em dúvidas e questões no setor ofensivo. Houve uma boa saída de João Valido aos pés de Taremi que poderia ter criado outro perigo (11′), mais uma grande intervenção do guarda-redes num 1×1 com o iraniano na área (15′) e um remate enrolado de Gabriel Veron que não fez jus à iniciativa conjunta pela direita com cruzamento atrasado de João Mário (20′), mas nem por isso se viam a intensidade, agressividade e criatividade capazes de colocar os visitantes em maiores apuros. Faltava aquela mudança acima, pelo menos até ao momento em que Taremi percebeu que a defesa contrária estava de forma momentânea uns metros mais à frente. E bastou recuar um pouco no terreno para fazer depois acelerar toda a equipa.

Num lance que começou com Grujic a ganhar de cabeça no meio-campo e que prosseguiu de seguida com uma troca rápida de bola entre Otávio e Veron, o iraniano recuou, conseguiu virar-se de frente para o jogo e fez uma grande assistência no espaço entre lateral e central do Arouca que isolou na profundidade Galeno para o remate em arco que fez o 1-0 pouco depois da meia hora naquele que era a 50.ª partida pelos dragões (31′). A marcar ou a assistir, Taremi voltou a ser o desbloqueador de conversa no ataque dos azuis e brancos, que até ao intervalo ameaçou aumentar a vantagem num remate de Grujic que desviou em Basso e passou perto do poste, num cabeceamento de Uribe travado por João Valido e em mais um desvio de cabeça de Grujic que ficou nas malhas laterais. Em mais um dia de homenagem a Fernando Gomes na porta 9, faltou apenas mais eficácia aos azuis e brancos para cumprirem aquela teoria do ketchup do Bibota.

De forma surpreendente, não só pelo que se passara sobretudo nos minutos finais da primeira parte mas também não se ter visto qualquer tipo de aquecimento (embora exista um espaço interior no Dragão que permite “esconder” essa opção), Toni Martínez foi lançado logo no arranque do segundo tempo para o lugar de Veron, permitindo também que Taremi tivesse outra margem de campo para pisar terrenos preferidos. E o espanhol não demorou a deixar marca, atirando forte para defesa de Valido após cruzamento de Otávio num lance que seria anulado por fora de jogo. Não foi, foi pouco depois e em versão dupla: 2-0 após mais uma assistência fantástica de Taremi em posição central para o desvio na área (55′), 3-0 depois de uma recuperação em zona alta de Uribe com cruzamento atrasado na linha de João Mário para o remate de primeira do avançado (57′). E a fatura dessa entrada não trouxe goleada porque Galeno, num momento de grande inspiração individual, fez o movimento para dentro, atirou de longe mas acertou na trave (59′).

O encontro estava praticamente fechado, sendo que entretanto era conhecido o adversário nos quartos da Taça de Portugal em mais um reencontro do FC Porto com o antigo capitão Jorge Costa, hoje treinador do Ac. Viseu (1-0 ao Beira-Mar). E era na parte das “homenagens” que os pouco mais de 16.000 espectadores no Dragão se centravam, com muitos aplausos para Taremi quando ficou perto do quarto num remate feito à entrada da área para defesa de João Valido e ainda mais para Pepe no regresso à competição (com direito a braçadeira, dada de imediato por Marcano). Pelo meio, Grujic ainda teve um grande remate de longe que bateu ainda na trave – e que merecia mais perante a exibição do sérvio – mas os números de um triunfo com pouca ou nenhuma história não estavam ainda fechados no regresso do FC Porto às exibições à FC Porto, com Toni Martínez a aproveitar mais um cruzamento de João Mário para fechar o hat-trick (90+3′).

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